tag:blogger.com,1999:blog-38955693676751397372024-03-12T21:56:10.475-03:00Vozes ao ventoYane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.comBlogger59125tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-68172405228698327872016-12-13T19:48:00.001-03:002016-12-13T19:51:52.007-03:00Perdoando o Adeus por Jhuann Sousa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMi11gawnlHrEo5vJ41W5RM1wBooI9OF5Z4TFc87I1f_ywgaj7c3QMLJH9-coUzZavdSv8Aem6hm_PgZZNvkZeE3MvBSszO_OeAjPpg0DMKvitUqjULUFoKQnwTC8G37qQbkCRcdXWTrE/s1600/WhatsApp+Image+2016-11-08+at+02.59.16.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMi11gawnlHrEo5vJ41W5RM1wBooI9OF5Z4TFc87I1f_ywgaj7c3QMLJH9-coUzZavdSv8Aem6hm_PgZZNvkZeE3MvBSszO_OeAjPpg0DMKvitUqjULUFoKQnwTC8G37qQbkCRcdXWTrE/s320/WhatsApp+Image+2016-11-08+at+02.59.16.jpeg" width="287" /></a></div>
Desde que publiquei meu livro, me vi surpresa com toda a repercussão e receptividade de todos com ele, amigos mais do que queridos se interessaram em ler e me deram suas opiniões sinceras sobre a leitura. Hoje pedi um depoimento a um amigo para postar na página do Facebook e ele me surpreendeu com uma quase resenha. Não poderia postar toda na página por ser extensa demais para a imagem da edição, então pedi a sua permissão para postar aqui no blog e ele gentilmente me deu.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoJ8JrHWa_ck-8Y1YkDh_hS_TXy6ZQ2GUR9LwZpkmb4sJwnyczf-H9LhTC7VrZ3xSd-HfcXfkiEk678nJn2oAnbTsgaob7SI0f6c1xthTZlFjx9RWoxkmqP_aC6YbVh2qpIa1ye9Le5d4/s1600/WhatsApp+Image+2016-12-13+at+19.03.10.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoJ8JrHWa_ck-8Y1YkDh_hS_TXy6ZQ2GUR9LwZpkmb4sJwnyczf-H9LhTC7VrZ3xSd-HfcXfkiEk678nJn2oAnbTsgaob7SI0f6c1xthTZlFjx9RWoxkmqP_aC6YbVh2qpIa1ye9Le5d4/s320/WhatsApp+Image+2016-12-13+at+19.03.10.jpeg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jhuann Sousa, 15 anos, estudante, leitor e escritor</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Jhuann querido, fiz apenas algumas correções ortográficas, de resto, decidi deixar seu texto exatamente como me mandou. Obrigada por seu feedback.<br />
<br />
Texto de Jhuann Sousa na integra.<br />
Pode conter <span style="color: red;">Spoiler!</span><br />
<br />
Eu não me ousava a ler livros que tivessem uma trama tão dramática. De algum modo livros de drama me deixam com uma sensação melancólica, e acaba que eu levo um determinado tempo para superar os acontecimentos daquela obra, ou para que eu consiga ler algum outro livro. É por isso que a minha atenção é focada mais para livros de ficção ou de romance. Mas isso mudou há duas semanas atrás.<br />
Minha amiga Yane Faria tinha publicado seu livro "Perdoando o Adeus" na Amazon, e no grupo do WhatsApp em que nós dois nos encontramos o assunto não era outro se não a publicação de seu livro.<br />
Ironicamente eu não tinha o aplicativo que me permitia baixar o seu livro, o que me deixou um pouco decepcionado, e para piorar o meu tablet estava quebrado. Mas, como a vida realmente nos guarda muitas surpresas, a Yane puxou assunto comigo e me cedeu a versão do seu livro [...] o que me deixou muito feliz.<br />
Só que algo que eu não tinha perguntado à minha amiga era qual é o tipo de livro que ela escreveu. Conforme eu fui lendo, descobri que era um livro de drama. Antes eu poderia dizer que teria me arrependido de não ter perguntado isso, mas agora vejo que foi algo bom, pois se eu tivesse perguntado não teria seguido em frente com a leitura, já que não me interessava por livros desse tipo.<br />
Digamos que eu me impressionei muito com o desenrolar da história, já que tem vários altos e baixos. De início eu pensei que era uma história de romance, e a bela capa me fez imaginar isso, mas quebrei a minha cara quando percebi que não era.<br />
Depois de tanto sofrimento que os personagens sofrem, você realmente acredita que vai existir um lindo final feliz com flores explodindo em seus olhos nas cinquenta últimas páginas. Mas ainda existe muita coisa para acontecer com Alice, a heroína de Perdoando o Adeus.<br />
O final do livro me deixou muito triste, e em um ponto quase me arrependi de ter lido. A pergunta é: o final é feliz ou triste? Bem, não irei falar, pois quem quiser saber precisa ler. Vai ser muito melhor descobrir dessa forma.<br />
Quando terminei o livro imaginei que poderia ter acontecido algum problema com o meu celular, que ele se recusava à colocar as últimas páginas do livro. Mas eu sabia que isso não era possível.<br />
Perdoando o Adeus foi o segundo livro que me fez chorar, e isso é bem difícil de acontecer comigo.<br />
Fiquei duas horas pensando sobre o fim, e percebi que a obra não é só um livro de drama, mas também de superação. Você percebe que essa é a verdadeira mensagem que ele quer passar. E o leitor fica ainda mais tocado com o relato que Yane, a autora, coloca no final, falando de um caso triste que aconteceu com sua prima. Esse fato mexeu bastante comigo, e não pude deixar de me sentir sensibilizado com a minha amiga.<br />
Acabei que amando o livro da Yane Faria. Percebi que a maioria dos livros de drama não possuem a intenção de apenas nos fazer sofrer; existe uma mensagem por trás da história.<br />
Agora posso dizer que Perdoando o Adeus foi um dos melhores livros que li, e que se não me fizesse sofrer tanto, eu o leria de novo.<br />
Para pessoas que pretendem ler esse livro: Entrem de cabeça na leitura, sem medo de se ferir, e não deixem que estereótipos atinjam vocês. E sempre tentem ver a mensagem que o livro realmente mostra<br />
<br />
Jhuann Souza - 13/12/16<br />
<br />
Fica registrada aqui a minha gratidão, receber do leitor opiniões sobre nossa obra é maravilhoso. Quando o leitor nos procura e conta sua experiencia com a leitura, ouve nosso lado e respeita nosso trabalho, escrever se torna ainda mais prazeroso. Obrigada!Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-2973428909036612672016-12-07T16:54:00.001-03:002016-12-07T16:54:28.621-03:00Favoritos do mês de Novembro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNiRZlDMMrpy24HXSuL7tU81rrBgX9QC6p6V4D-g3n_Tn8kRpmzSrwVlRa8Din4T0Ffujj_DB1SAJCXGQcRNN7AofeFFgf6czyJ6H_mjarq646CtDXVgue1OcicWndSxvGCgowjRdj4hc/s1600/capas.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="111" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNiRZlDMMrpy24HXSuL7tU81rrBgX9QC6p6V4D-g3n_Tn8kRpmzSrwVlRa8Din4T0Ffujj_DB1SAJCXGQcRNN7AofeFFgf6czyJ6H_mjarq646CtDXVgue1OcicWndSxvGCgowjRdj4hc/s320/capas.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">O
tema escolhido para o projeto de férias dessa semana foi “Favoritos do mês de
novembro” e podemos falar sobre filmes, séries, músicas e livros. Li apenas 5
livros em novembro se incluir entre as leituras o livro que escrevi que se
chama Perdoando o Adeus e por causa dele acabei deixando as series e filmes de
lado. Acompanhei apenas a série Once upon a time que amo, todas as outras
ficaram acumuladas e até agora não coloquei em dia, mas pretendo fazer o mais
rápido possível. Por esse motivo, vou falar um pouco de cada leitura que fiz já
que todos os livros são favoritos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Publiquei
meu primeiro livro, Perdoando o Adeus, no dia 14 de novembro e só depois disso retomei
minhas leituras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Retomei
inclusive com chave de ouro, já que li No mundo da Luna da autora brasileira
Carina Rissi. Foi o primeiro livro da autora que li e amei a experiência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">No
mundo da Luna conta a história de uma jovem jornalista recém-formada que
trabalha em uma revista que está mal das pernas. Luna consegue uma promoção
depois que uma jornalista deixa a empresa para ir trabalhar na concorrente. Ela
ganha a coluna de horoscopo e mesmo sem saber nada sobre o assunto, aceita a
vaga visando subir de cargo a partir desse. Para dar conta da vaga, ela faz
loucuras e para a surpresa de todos, sua coluna faz sucesso e a vida dela vira
de pernas para o ar. No mundo da Luna é muito engraçado, dinâmico e viciante.
Luna é uma das melhores personagens que li nos últimos tempos e eu realmente
adorei a leitura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O
segundo livro que li foi Coração de Vidro do autor brasileiro José Mauro de
Vasconcelos e conta a história de quatro personagens que vivem em uma fazenda;
um pássaro, um peixe, um cavalo e uma mangueira. Todos eles têm em comum o fato
de seus destinos ser tragicamente modificado pelas mãos humanas. É um livro
curto e todos os contos são comoventes, sem falar no debate homem x natureza
que nos faz refletir e repensar nossos atos diante da nossa vida e nas dos
seres vivos que dividem esse planeta com a gente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Terceiro
livro lido no mês de novembro: A lâmina da Assassina da autora Sarah J. Maas
pertence ao universo Trono de vidro e reúne contos sobre os feitos da assassina
de Adarlan, Celaena Sardothien antes de ter sido mandada para Endovier. Para
quem leu os livros da série Trono de vidro, sabe de acontecimentos que influenciam
diretamente nesse livro e já sabem como tudo vai terminar. O final me deixou
arrasada e eu já sabia que seria assim, estava preparada para tudo e ainda
assim, foi doloroso. Eu amo a série e adorei ter lido mais sobre o passado de
Celaena. Recomendo muito a leitura, mas já aviso, leiam preparados para o final
arrasador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Quarto
e último livro lido durante o mês: Harry Potter e a criança amaldiçoada de J.
K. Rowling, Jack Thorne e John Tiffany mostra como vivem os personagens do universo
Harry Potter 19 anos depois do grande final. O livro é um roteiro da peça que
estreou esse ano e conta de forma resumida como tudo se desenrola. Confesso que
não foi uma leitura empolgante como as outras, mas por ser fã do bruxo mais
amado do mundo, não podia deixar o livro de fora dos favoritos do mês.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Abaixo
segue a lista de leitura organizada por data, não vou colocar por ordem de
favoritismo porque amei todos que li e todos são favoritos ao seu modo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Perdoando
o Adeus – Yane Faria - 14/11<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">No
mundo da Luna – Carina Rissi - 20/11<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Coração
de vidro – José Mauro de Vasconcelos - 27/11<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
lâmina da Assassina – Sarah J. Maas - 28/11<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Harry
Potter e a criança amaldiçoada – J. K. Rowling, Jack Thorne, John Tiffany - 29/11</span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-37037559481851710852016-11-30T18:04:00.001-03:002016-11-30T18:04:52.662-03:00Série Trono de Vidro e o empoderamento feminino<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAocJ_G8KUSdomCXWmbLo89NCDjMbaLRWtcOfb8nx6dLZiJkImtRsK_br_zg8auLmSFj571dVMOHL3rVd7FjPat5c40qNR1Y30iwgmyahcEQBBeQEu12fIdbMVvZoV5DluYMcUvGY4Vqs/s1600/trono+de+vidro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAocJ_G8KUSdomCXWmbLo89NCDjMbaLRWtcOfb8nx6dLZiJkImtRsK_br_zg8auLmSFj571dVMOHL3rVd7FjPat5c40qNR1Y30iwgmyahcEQBBeQEu12fIdbMVvZoV5DluYMcUvGY4Vqs/s320/trono+de+vidro.jpg" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Empoderamento
é o ato de conceder poder, portanto, o empoderamento feminino é o ato de conceder
poder as mulheres para que participem e se posicionem socialmente em todos os
campos existentes. O empoderamento feminino busca mostrar a sociedade que as
mulheres têm tanto direito de participar, debater e tomar decisões públicas que
sejam tão importantes para o futuro da sociedade e seus futuros principalmente,
quanto os homens têm.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
ONU Mulheres desenvolveu uma lista com 7 <b>princípios
básicos do empoderamento feminino</b> no âmbito social e profissional que são:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">1
– Estabelecer liderança corporativa sensível a igualdade de gênero, no mais
alto nível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">2
– Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e
apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">3
– Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que
trabalham na empresa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">4
– Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as
mulheres.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">5
– Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das
mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">6
– Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas a comunidade e
ao ativismo social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">7
– Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da
igualdade de gênero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><b>Personagens
femininas da série Trono de Vidro</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Agora
que já sabem o que é empoderamento feminino, vamos falar dessa série que vem
dando o que falar e suas personagens femininas. Trono de Vidro conta a história
de uma garota conhecida como a maior e melhor assassina do reino de Adarlan.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Celaena
tinha 17 anos quando foi presa e enviada pelo rei as minas de sal de Endovier
para cumprir pena por seus crimes. Sobrevivendo há um ano aos trabalhos
forçados e castigos infligidos nas minas, ela se vê diante de uma proposta
perigosa, representar o príncipe de Adarlan em uma competição cruel onde vai
lutar por sua vida com os assassinos mais perigosos do reino, se sobreviver,
vai ter sua liberdade de volta depois de trabalhar como campeã do rei por um período
de tempo. Como não tem mais nada a perder, ela aceita a proposta e descobre que
a realidade é pior do que esperava, mas para ganhar sua liberdade de volta, ela
está disposta a tudo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Celaena
é uma protagonista como não vemos a muito tempo, poucos autores ousaram criar
protagonistas femininas em seus livros. Personagens femininas e de
personalidade forte então, podemos contar nos dedos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">As
mulheres vêm ganhando visibilidade no mundo literário e isso é bom, mas ainda
não é suficiente. Autoras como Gillian Flynn que escreveu o famoso e
espetacular Garota exemplar e Sarah J. Maas, autora da série Trono de Vidro vem
conseguindo visibilidade com suas personagens cheias de significados e
complexidade na atualidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Em Trono de vidro, a sinopse do primeiro livro não chega nem perto da realidade que é a obra, da realidade
que é a personagem Celaena Sardothien. Mas ela não é a única personagem forte
nessa série, ela é a principal porque a história é dela, no entanto, todas as mulheres
que surgem durante a história são tão incríveis quanto ela. Se a série tivesse
apenas mulheres protagonizando a história, não faria diferença nenhuma porque
os homens, vilões ou mocinhos se tornam dispensáveis diante delas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Cada
personagem feminina que aparece na série, não pode e nem deve ser subestimada.
Todas acabam tendo uma participação primordial no desenrolar dos acontecimentos.
Personagens masculinos com grandes chances de vilania são descartados e
dispensados sem maiores prejuízos enquanto as mulheres se mostram fundamentais
a obra. A vilã e a mocinha se tornam igualmente amadas pelos leitores. Se
tivesse que escolher entre Celaena, Nehemia, Ansel, Manon, Asterin, Kaltain,
Elide, Sorcha, Lysandra, Evangeline e Elena, eu não saberia quem escolher.
Todas se revelam fundamentais a trama e o livro não seria o mesmo sem elas.
Todas são mulheres que não temem o governo tirano, não temem o carrasco e não
pensam duas vezes na hora de arregaçar as mangas e partir para a luta por
aquilo que acreditam ser o certo ou por aquilo que defendem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Esqueçam
as personagens românticas que buscam um príncipe encantado para salvar suas
vidas da monotonia, a vez agora é das guerreiras e a anti-heroína (para os
outros porque para mim ela é uma grande heroína) Celaena Sardothien vai te
ensinar como ser uma mulher empoderada, que não se intimida diante de brutamontes
nenhum.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">No
Brasil existem quatro livros da série publicados e o quinto tem previsão de lançamento
para o ano que vem e eu não vejo a hora desse lançamento acontecer.</span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-19009353918601361202015-03-27T00:02:00.001-03:002015-03-27T00:02:06.507-03:00Ela não alçou voou<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Aproveitou
que os pais estavam na cozinha e foi até a varanda olhar o horizonte. Estava
triste como sempre, a tristeza era sua companheira habitual. Não entendia como
as pessoas podiam superar suas dores aparentemente tão facilmente. Sabia de
histórias incríveis de superação de pessoas que tinham enfrentado verdadeiras
tempestades em suas vidas e tinham seguido adiante apesar de tudo. Porque então
não acontecia a mesma coisa com ela? Porque não superava suas dores? Porque
sentia que a vida não foi feita para ela? Sentia dores e angustias que ninguém
compreendia, todos achavam que ela não tinha motivos para se sentir triste e
incompreendida. Trazia segredos que jamais seriam revelados, nunca falaria
deles para ninguém, nunca escreveria sobre eles em cartas e diários, não
admitiria para si mesma que era uma vítima da maldade humana, de uma mente
doente e perversa. Nunca entenderia porque tinha acontecido tantas coisas com
ela que a maioria das pessoas nem sonhavam em viver. Estava tão cansada de
viver! Estava tão cansada de seguir vivendo mesmo quando seu corpo pedia uma
trégua. Não sonhava em se tornar adulta e nem tão pouco em chegar a
adolescência. Se estava tão difícil hoje que era criança, imagine quando
crescesse.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Ali
naquela varanda gelada olhando para baixo sentiu uma vontade inédita de saltar
e voar como pássaro, a vontade só não era maior que o medo, sentia tanto medo
que seu corpo tremia. Olhou para a porta por onde viera e não ouviu som algum,
estava sozinha, havia apenas a solidão, sua velha e boa companheira. Se
quisesse mesmo saltar para a liberdade, a hora era agora. Uma corrente de ar
percorreu sua espinha, estava com mais medo que nunca, mas era preciso
aproveitar a oportunidade. Subiu nas grades e colocou as pernas para fora, o
vento bateu em cheio em suas pernas nuas e uma das sapatilhas acabou caindo.
Ela não alçou voou, mas era apenas um objeto sem vida, era de se esperar. Ouviu
sons vindo pela sala e decidiu que devia tentar com medo mesmo, imaginou seu
corpo leve flutuando pelo ar e sorriu feliz. Abriu os braços e pendeu o corpo
no vazio, a queda foi rápida, quase não teve tempo de pensar, mas ainda
conseguiu formular uma frase de lamento antes de se chocar com o cimento e ter
seus ossos e órgãos espatifados. Seu último pensamento foi: Não precisava ser
tão rápido! Que pena! Mas era apenas um objeto sem vida... era de se esperar.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-50411134603053755712015-03-01T23:54:00.001-03:002015-03-01T23:54:24.473-03:00Lúcia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbWHtnge3J3QE_hh9_ppk5MgNgW6IYysKQ5MKU58ROYtP2jnnwLU6WkRW9vvJUM4eC3yZvjy2hStfpOJWPtgEyOhjqk019FR_F1gPavtUn0-7UROpGgQ9o7b5BU0jgdegVsa2z7Fu3SQs/s1600/snow-owl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbWHtnge3J3QE_hh9_ppk5MgNgW6IYysKQ5MKU58ROYtP2jnnwLU6WkRW9vvJUM4eC3yZvjy2hStfpOJWPtgEyOhjqk019FR_F1gPavtUn0-7UROpGgQ9o7b5BU0jgdegVsa2z7Fu3SQs/s1600/snow-owl.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
neve que caia há dois dias sem parar tinha tomado todo o povoado, mas não
impedia que as pessoas continuassem vivendo suas vidas como se ainda fosse
verão. Na verdade a neve já fazia parte da vida de todos e o verão parecia
apenas uma lenda daquelas que os pais costumam contar para divertir os filhos e
aguçar a imaginação de todos. Em alguns meses pararia de nevar todo dia e as
árvores voltariam a florescer, mas continuaria tão frio quanto estava agora,
então esse tal de verão com temperaturas agradáveis e um sol morno que aquece o
coração como um aquecedor natural eles nunca viram ou sentiram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Lúcia
olhou pela janela coberta com mais ou menos 20 centímetros de neve e pulou de
alegria ao ver que havia parado de nevar, saiu correndo pela casa em busca da ama
para pedir permissão para sair, mas não encontrou ninguém nas áreas comuns, ela
deveria estar no quarto. Decidiu sair sem permissão mesmo, estava cansada de
ficar trancada em casa dia e noite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12pt;">Vestiu um sobretudo de lã e abriu
a porta, saiu deixando um rastro de pegadas profundas para trás, contornou a
frente da casa e partiu pela estrada deserta em direção a </span>árvore<span style="font-size: 12pt;"> que ficava na
beira do riacho congelado, ela estava coberta de neve e certamente estaria
escorregadia, não ia dar para subir em seus galhos. O vento frio e cortante fustigava
sua pele avermelhada enquanto ela olhava em volta para a imensidão branca, era
uma visão encantadora, amava viver ali. A natureza poderia parecer diferente
nos livros de biologia e até atraente as vezes, mas nada se comparava a vida
por aquelas bandas, </span>árvores<span style="font-size: 12pt;">, animais, plantas e pessoas que sobreviviam em meio
a tanto gelo e desolação sem sentir falta de uma vida mais acessível.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Amava
tanto aquele inverno eterno que sonhava em um dia de nevasca poder sair de casa
e sentir a neve caindo em sua cabeça, ombros e braços, mas seus pais e sua ama
a matariam se ela fizesse uma loucura dessas. Tinha que se contentar em
caminhar apenas na neve fofa e espessa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Estava
distraída olhando o horizonte quando um movimento no topo da arvore chamou sua
atenção, havia mais alguém ou algo ali, mas estava camuflado pelos tufos de
neve acumulados nos galhos. Decidiu se aproximar ainda mais da beirada do rio onde
os galhos se curvavam a altura de sua mão em busca de uma boa visão da criatura
que lhe fazia companhia. Quando se aproximou, um imenso floco de neve alçou
voou derrubando neve em sua cabeça impedindo-a de ver com clareza que animal
era ou que direção havia tomado. Limpou o rosto e sacudiu o gelo do corpo, saiu
de debaixo dos galhos e olhou em volta em busca de um movimento que denunciasse
sua localização. Movimentos nos arbustos ao longe chamaram mais uma vez sua
atenção e ela correu para lá sem pensar duas vezes, pretendia chegar o mais
próximo possível da ave, queria descobrir qual a espécie e admirar sua beleza.
Não tomou o cuidado de olhar a direção que estava seguindo para que não viesse
a se perder, simplesmente correu. Ao se aproximar do arbusto branco como flocos
de algodão, as folhas remexeram com força derrubando a neve no chão, uma ave
não seria capaz de tanta força, seu coração disparou antes mesmo que pudesse
ver quem ou o que estava escondido ali, sabia que não era uma boa surpresa.
Virou na direção que viera e saiu correndo antes mesmo que o ser saísse de trás
das folhagens e a encarasse. Correu o mais rápido que pode atolando as botas na
neve e se sentindo cada vez mais pesada e encharcada, sabia que não iria longe
e seria atacada a qualquer instante, ouvia a respiração pesada atrás de si e
sentia que estava cada vez mais perto de abocanhá-la ou agarra-la, pela
velocidade que vinha em sua direção e pelo som feroz soube que não era uma
criatura humana, e soube também que não era um animal de pequeno porte, seu fim
havia chegado muito cedo. Tentou aumentar a velocidade mesmo estando exausta
já, mas seu pé entortou e ela caiu de cara na neve fofa enchendo seu rosto,
olhos e boca de gelo. Fechou os olhos e esperou o bote, seus pais sempre
disseram que não podia sair sozinha por ai, os animais selvagens estariam a
espreita de qualquer vacilo deles para caçá-los, as comidas nesses tempos eram
escassas e os ataques de tigres e lobos nas aldeias aconteciam com mais
frequência que o normal. O animal saltou em cima de si pousando suas patas
firmes e ágeis em suas costas, abocanhou seu capuz e estraçalhou a lã em busca
de carne fresca, estava faminto. O medo tomou seu corpo enchendo-a de pânico,
seu sangue congelou nas veias, sentiu vontade de gritar, mas a voz morreu na
garganta, seria melhor não resistir e aceitar que a culpa por aquilo fora toda
dela, iria morrer de forma tão estupida por pura teimosia. O animal investiu
mais uma vez em seu pescoço, mas recuou ganindo desesperado, assustada com o
som doloroso ela levantou a cabeça e encarou um enorme lobo lutando com uma
ave, ele gania toda vez que o animal bicava seu rosto e avançava na ave que
batia as asas com fúria. A luta não durou muito e o animal recuou com o rosto
sangrado, a ave batia as asas e exibia suas garras afiadas ameaçadoramente
fazendo o lobo fugir furioso por ter perdido sua caça e a briga. Depois que ele
sumiu de vista, a ave pousou no chão exausta e se virou em direção a garota que
permanecera deitada incapaz de reagir. Era uma belíssima coruja branca e
enorme, suas asas abertas mediam uns dois metros e ela em pé media uns oitenta
centímetros. Encarou Lúcia com olhos brilhantes e baixou a cabeça como se a
cumprimentasse. As lágrimas escorreram por seu rosto e o pranto fez seu corpo
trêmulo recuperar o controle de si. Se levantou desorientada e caiu de joelhos
em frente a ave magnifica, chorou por longos minutos sem dizer uma só palavra,
a coruja também não fez nenhum som, esperou pacientemente que a criança
retribuísse a gentileza com um obrigado ao menos. Quando Lúcia falou, ela se
eriçou atenta ao som.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">-
Você salvou minha vida! Como eu posso retribuir isso? Como eu posso agradecer
seu gesto?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A
coruja olhou-a como se entendesse cada palavra e abriu as asas em toda a sua
extensão como se quisesse abraçá-la, permaneceu assim por alguns minutos até
que a criança se moveu em sua direção e enlaçou seu corpo surpreendentemente
macio e quente. Sentiu tanto afeto vindo daquele ser que que seu coração se
acalmou de repente e dentro daquelas asas que a envolviam se sentiu segura, até
o frio congelante se foi. A coruja recuou alguns passos e fechou as asas encarando-a,
depois bateu asas e partiu pela imensidão. Lucia levantou e correu atrás dela
até vê-la sumir no horizonte, quando contasse a todos o que tinha vivido,
ninguém acreditaria, diriam que ela estava louca. Mas de uma coisa ela sabia,
nunca mais esqueceria daquele dia enquanto vivesse.</span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-71408437402287227392015-02-01T19:01:00.000-03:002015-02-01T19:13:01.553-03:00Branca como a neve - Continuação<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">... A rainha recebeu a noticia em
regozijo, mandou cozinhar o coração para comer no jantar e depois ordenou que
prendessem o caçador por ter matado acidentalmente a filha do rei. O reino
chorou a morte da jovem, mas logo todos se conformaram, daria na mesma ela viva
ou morta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Branca acordou dentro de uma
espécie de caverna mobiliada como um quarto e olhou em volta tentando entender
o que estava acontecendo, a cabeça doía e sua visão estava embaçada. Passou a
mão pela cabeça e sentiu uma elevação do tamanho de um limão na têmpora
direita, a dor só aumentou com o toque. Uma criança enrugada a observava da
porta entreaberta o que a deixou assustada, encobriu-se nos lençóis e esperou o
que quer que fosse. A criança sumiu e depois voltou com vários outros do mesmo
jeito que ele. Uma voz grave a chamou e ela reapareceu por detrás das cobertas
curiosa por saber quem a chamava. Para sua surpresa, havia vários homens
pequeninos como criança olhando-a e interrogando-a como gente grande. Depois de
responder a todas elas, sabatinou-os com mil questionamentos sobre quem eram, o
que faziam e o que queriam com ela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Foi com alivio que percebeu que
os homenzinhos, ou melhor, anõezinhos eram amigos e estavam dispostos a
ajudá-la, quando recebeu o convite para ficar morando com eles na caverna, não
pensou duas vezes, aceitou de imediato. Os anões eram mineradores e trabalhavam
nos subterrâneos da floresta negra onde se podia extrair o melhor minério que
existia, então aproveitaram e fizeram as fendas das rochas de casa como ela
mesma pode perceber, ou melhor, aonde ela mesma veio a se bater. Quando a dor
de cabeça aliviou, levantou-se da cama e se pôs a faxina as casas de aranha e o
pó dos móveis. Os anões não eram nada higiênicos e ela não gostava de sujeira.
Depois da faxina, pegou uma tina e encheu de água até em cima, colocou alfazema
para perfumar a água e quem fosse usá-la.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Quando eles chegaram à noite,
nem tiveram tempo de se admirar com a arrumação que ela fizera, pois Branca os
obrigou a entrar na tina de água um por um para que tirassem a sujeira do corpo
e se botasse mais apresentáveis, Já que moraria com eles, os colocaria na
linha. Os anões haviam feito um belo trabalho com a caverna, lembrava em tudo
uma casa de verdade, e depois de limpa, ficou até agradável de morar, o único
defeito era gostarem tanto de animais domésticos, a caverna vivia cheia de
galinhas e patos entrando e saindo, mas ela os expulsava a vassouradas toda vez
que ousavam, as benditas criaturas faziam uma tremenda bagunça. O anão mais
novo cansado de ver a briga diária dela com seus bichinhos resolveram construir
uma espécie de curralzinho só para eles, prendia de dia e soltava de noite.
Fora isso, viviam em perfeita harmonia, não havia um só dia em que não
trouxessem uma lembrança e ela já acordava sabendo que encontraria um presente
a sua espera na entrada da caverna, até fazenda conseguiam. Como? Ela não
sabia, mas eram belíssimas e serviam de distração para sua solidão diária,
cosia e bordava vestidos para ela e batas para eles com prazer. Um mês depois
já estava cansada de ficar trancada o dia todo, estava acostumada a caçar,
andar pela floresta em busca de lenha e frutas comestíveis, enquanto ali quando
terminavam os afazeres de casa ficava sem ter o que fazer pelo resto do dia.
Sentia vontade de ir até a cidade saber as novidades, mas não fazia ideia para
que lado ficava, tinha medo de se perder pela floresta negra e reencontrar os demônios
que a levaram até ali. Só em lembrar sentia arrepios. Por outro lado, ficar
presa naquela caverna estava matando-a. Os amigos usavam argumentos
assustadores para impedi-la de ir embora, haviam criaturas amaldiçoadas na
floresta que poderiam acabar com sua vida em um piscar de olhos. Contudo, não
estava ali como prisioneira, eles não tinham o direito de proibi-la de fazer
nada. Decidiu arriscar, pegou a capa de chuva preta feita com couro impermeável
que eles te deram de presente a três dias atrás e abriu a porta esperando ver a
luz do dia, para sua tristeza a escuridão lá fora era pior que dentro da
caverna, precisava que seus olhos se acostumassem com a falta de luz para poder
sair, deveria haver alguma trilha por onde os amigos andavam todos os dias, só
precisaria seguir por ela para ver onde chegaria. Enquanto andava atenta em
meio aos galhos e folhas, mantinha sua audição aguçada na esperança de ouvir o
perigo antes que alguma criatura pudesse ataca-la. Levava consigo uma faca
afiada, mas desejava ter trazido uma picareta afiada e pesada capaz de abater
uma fera com um só golpe. Não adiantava lastimar, era uma caçadora, não tinha
nada que temer, papai Belsey havia ensinado como se virar na floresta, em um mês
não poderia ter esquecido tudo que sabia. Ao lembrar do pai lenhador sentia uma
saudade sem fim, imaginou o quanto ele e mamãe Merge deveriam ter sofrido com a
notícia de sua morte, eram velhos já, não suportariam mais desgostos como esse.
Se pudesse vê-los mesmo de longe, mesmo que não pudesse consolá-los e nem
abraça-los, só ver de longe mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Depois de horas andando
percebeu que não iria chegar à cidade, estava perdida em meio a mata cerrada, o
melhor a fazer era voltar para casa por onde viera. Voltou com o coração
aliviado ao perceber que reconhecia a trilha por onde viera, apesar de cansada,
não tinha medo de ficar perdida ali para sempre. Depois de alguns minutos,
pensou ter ouvido um movimento leve nas folhagens, olhou em volta e só viu o
escuro que seus olhos já estavam a habituados a divisar. Sentiu que tinha alguém
observando-a, más, por mais que procurasse em volta, não conseguia ver ou ouvir
nada além de sua própria respiração. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha,
tentou seguir em frente sem entrar em pânico, logo estaria em casa outra vez
rindo sua covardia. Andou por mais uma hora sem que a sensação de que estava
sendo observada a deixasse, se havia aguem observando-a, certamente a estava
seguindo. Poderia colocar sua casa em risco, seus amigos poderiam ser atacados
e tudo por sua causa, decidiu não dar mais um passo até descobrir quem era e o
que queria com ela. Falou baixinho com medo de quebrar a quietude ou atrair
feras famintas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">- Quem é você que me segue? O
que quer de mim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">O som saiu quase inaudível, mas
ela achou que havia falado alto demais e aguardou amedrontada o ataque da
criatura desconhecida, no entanto, nada se moveu. Quem ou o que a estivesse
seguindo, deveria ser bastante ameaçador para permitir que passeasse pela
floresta como ela estava fazendo sem ser atacada ao primeiro passo após a
porta. Deveria ter estranhado aquele silêncio desde o início, mas fora
inconsequente a ponto de achar que o que tivera, era sorte. Olhou em volta sem
saber o que fazer, se estivesse atraindo o inimigo para a caverna, seria uma tragédia.
Tentou recobrar a tranquilidade e pensar com clareza, talvez fosse um amigo que
a seguia e não um inimigo. Pensar nisso fez o medo sumir, seu coração
desacelerar e as pernas pararem de tremer, se estava sendo protegida não tinha
porque se apavorar, chegaria em casa em paz. Continuou a caminhar por mais uma
hora até que avistou o curralzinho que ficavam os patos e correu para casa com
o coração saltando no peito, não acreditava que havia voltado ilesa. Ao se
aproximar da porta, olhou pra trás e gelou ao ver em meio as árvores no galho
mais alto, dois olhos vermelhos sangrentos encarando-a.</span><o:p></o:p></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-6224700027628311302015-01-26T22:22:00.000-03:002015-01-26T22:22:16.026-03:00InfânciaPedro se aproximou da goiabeira e gritou pela irmã, ela estava no galho
mais alto que pudera subir, estava fugindo do pai.<o:p></o:p><br />
- Vamos Lia, o pai ta chamando. Se você não descer, vou mandar ele vir aqui
te buscar.<o:p></o:p><br />
- Pois que mande, eu não vou descer. - Falou em meio as lágrimas, ha pouco
subira na árvore em prantos.<o:p></o:p><br />
- Você só ta piorando as coisas, o pai vai zangar com você. É melhor
obedecer Lia.<o:p></o:p><br />
- Não! Me deixe em paz! Vá embora daqui. Quero ficar sozinha.<o:p></o:p><br />
- Ta bom, mas uma hora você vai ter que descer, não pode ficar aí em cima
pra sempre.<o:p></o:p><br />
- Vou sim, vá embora.<o:p></o:p><br />
- Deixe só começar a escurecer, pra ver quem tem razão.<o:p></o:p><br />
Pedro se foi e ela ficou sozinha, recomeçou a chorar. O joelho que havia machucado ardia, o sangue havia escorrido por toda a perna deixando a visão ainda mais dramática. Pouco depois
Inácio surgiu em baixo da árvore sério. <o:p></o:p><br />
- Desce daí Lia!<o:p></o:p><br />
- Não pai, por favor, me deixe ficar aqui? Não me leve pra minha mãe?<o:p></o:p><br />
- Ela não vai te machucar filha, vai só lavar seu ferimento, por remédio e
fazer um curativo pra não infeccionar.<o:p></o:p><br />
- Mas vai doer. Não basta o que já to sofrendo com esse machucado?<o:p></o:p><br />
- Deixe pelo menos eu ver como é que ta isso?<o:p></o:p><br />
- Ta bem, mas não toca. - Desceu e se sentou no galho mais baixo, próxima ao pai, atenta aos movimentos dele. Não queria cair em armadilhas.<o:p></o:p><br />
- Vixe! Ta bem feio hein? - Falou examinando a escoriação no joelho direito
da menina, havia esfolado toda a região. Certamente inflamaria e a impediria de
andar ou movimentar a perna por alguns dias.<o:p></o:p><br />
- Ta vendo! Vai doer muito.<o:p></o:p><br />
- Mas se não cuidar vai ser pior. É melhor a gente lavar isso, tirar essa
areia, botar uma pomadinha e cobrir pra não infeccionar. Como foi isso?<o:p></o:p><br />
- Foi de bicicleta, desci a ladeira sem freio, bati em uma pedra e caí.<o:p></o:p><br />
- Meu Deus, o que vocês não fizerem, outro não faz. Vem, vamos entrar pra
ver isso. E tenha como exemplo pra próxima.<o:p></o:p><br />
- Não pai, mamãe vai machucar ainda mais. - Começou a chorar novamente
deixando o pai comovido.<o:p></o:p><br />
- Vem, eu não vou deixar sua mãe lhe machucar, se você quiser eu mesmo lavo,
coloco remédio, faço um curativo com muito cuidado.<o:p></o:p><br />
- Você faria isso pai?<o:p></o:p><br />
- Claro querida, vem, pule no meu braço.<o:p></o:p><br />
- Vou sujar sua roupa, minha perna ta toda ensanguentada.<o:p></o:p><br />
- Não tem problema, eu lavo depois. Venha!<o:p></o:p><br />
Estendeu os braços e a segurou, era tão pequena pra umas coisas, mas pra
outras parecia ter vinte anos. Lia se aconchegou no ombro do pai e enxugou as
lágrimas. Nunca havia sofrido tanto. Não sabia se sofrera mais com a dor ou com
a expectativa do curativo que a mãe faria.<o:p></o:p><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-17401403938019944712014-11-02T19:01:00.000-03:002014-11-02T19:01:49.043-03:00Matando a saudadeQuando entrei aqui, não acreditei que já vai fazer um ano que fiz minha ultima postagem.<br />
Não fazia ideia que havia abandonado meu cantinho por tanto tempo.<br />
Me senti na obrigação de dar uma satisfação a quem por ventura vier me visitar, ei-la.<br />
Faz exatamente um ano que parei de produzir, arrumei um emprego, estou terminando uma faculdade, ganhei responsabilidades de gente grande e entre trabalhos acadêmicos, trabalhos extras que trago para casa, não me sobrou muito tempo.<br />
A minha ultima postagem foi uma homenagem a Luar, um gato que tivemos e que vivia mirando o muro na esperança de ganhar o mundo.<br />
Pois é, ele ganhou.<br />
Uma tarde ele me olhou de frente, pulou o muro e saiu a caça, nunca mais voltou, naquele momento eu soube que ele estava partindo para sempre, tentei impedir que saísse, mas, ele foi mais rápido, partiu sem deixar rastros.<br />
O poema e as fotos ficaram, a saudade também.<br />
Tenho outros gatos agora, talvez eles ganhem um poema qualquer dia desses, mas Luar nunca será substituído, meu amor será dele para sempre.<br />
Enfim, vou voltar a escrever, sinto falta daqui mesmo que não seja mais como era antigamente, sinto falta de exercitar meu cérebro nesse meio tão solitário. Vou voltar, não sei quando, mas vou.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyQEeP5qo9l1xRt1RRTpLLiy8xsEn0RlFqbZ94alygU3VpTNKBtY-egl97S2sX227a8BeUfNgVkyeXQ5VpXnhaBkPqzu-TmF8unURqbcH27-7bj__cHb6VcVjSI6yqxWk2aMgHfpdUdkI/s1600/2014-11-02+10.09.34.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyQEeP5qo9l1xRt1RRTpLLiy8xsEn0RlFqbZ94alygU3VpTNKBtY-egl97S2sX227a8BeUfNgVkyeXQ5VpXnhaBkPqzu-TmF8unURqbcH27-7bj__cHb6VcVjSI6yqxWk2aMgHfpdUdkI/s1600/2014-11-02+10.09.34.jpeg" /></a></div>
<br />Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-18891436125955764472013-11-16T17:22:00.001-03:002013-11-16T17:27:37.337-03:00Quando te vejo...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xIpBH8Oq9R4kySZmzZxbTMotJwnd9F-sSoEc6IQ7Tu7FXuZN92wH_tJVPbiOuN0zqR_xrjIz89nsZZ7j1XN_JGUNRe5A1OD3ZFY9bGNxaWqEsrUev8FDbYjNRhtGvstSYm5V-bTF5ek/s1600/1377949_606170169421734_1258939361_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xIpBH8Oq9R4kySZmzZxbTMotJwnd9F-sSoEc6IQ7Tu7FXuZN92wH_tJVPbiOuN0zqR_xrjIz89nsZZ7j1XN_JGUNRe5A1OD3ZFY9bGNxaWqEsrUev8FDbYjNRhtGvstSYm5V-bTF5ek/s1600/1377949_606170169421734_1258939361_n.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Quando
te vejo...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Quando
te vejo olhando o céu pensativo ou sentindo aromas desconhecidos;<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Seu
rostinho sereno me escondendo segredos, dói aqui dentro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Quando
te vejo desejando a liberdade, olhando o portão imóvel, escapando pra rua a
cada oportunidade, dói aqui dentro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Quando
te prendo, dói aqui dentro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Quando
me convenço que é para o seu bem, que é por amor que te aprisiono entre essas
paredes frias, dói aqui dentro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Quando
você me segue para todo canto miando e pedindo: só dessa vez!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Dói
aqui dentro!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">E
é porque dói aqui dentro que me pergunto se o que faço é certo. Se podar seu
instinto não é um grande egoísmo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">O
que podem fazer contra você é tão cruel que tremo só de pensar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Então
continuo a te ver desejando...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">Mesmo
sabendo que não sou suficiente para você, não poderei atender seus desejos.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt; text-align: justify;">Seguiremos
adiante sentindo doer aqui dentro.</span>Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-30902228284080255302013-08-22T21:35:00.001-03:002013-08-26T21:24:41.969-03:00Enquanto Todos Dormem...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie8hOCThOcdDzetQTd36jyWDDfQStKmC28sbEcX3hfpnYpzLQbv_D-e-UeCAk8681p0Q3fswYhclW8fUyyLRXjd2FTh8jCA5VIbmSa2WhKerItrswduNIdzBFrds3RoQKy22IIPfv8QNc/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie8hOCThOcdDzetQTd36jyWDDfQStKmC28sbEcX3hfpnYpzLQbv_D-e-UeCAk8681p0Q3fswYhclW8fUyyLRXjd2FTh8jCA5VIbmSa2WhKerItrswduNIdzBFrds3RoQKy22IIPfv8QNc/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">As pessoas costumam dizer que a noite seus medos parecem maiores,
suas dores parecem enormes e os fantasmas mais assustadores. Talvez elas tenham
razão, para uns a noite esconde segredos inconfessáveis. Não durmo sozinha
desde que era criança, ou melhor, não durmo nunca, mas isso também não é bom, acompanhada não
posso derramar minhas lágrimas como devo, se ouvirem meu pranto, exigirão
explicações que não quero dar, então as derramo silenciosamente </span>enquanto<span style="font-size: small;"> todos
dormem, apenas meu travesseiro é testemunha, mas silenciar a expressão da dor
não a diminui e eu sigo assim, sofrendo sozinha. Minha mãe não é boba, já deve
ter visto meu travesseiro úmido pela manhã, mas ela cala, finge que nada
aconteceu, me deixa só, não me interroga. Por um lado isso é bom, </span>não
gosto de dar explicações, mas por outro, dói ainda mais esse silêncio, é quase
um abandono. Enquanto sofro noite após noite, tenho medo de dormir, não fico
sozinha em nenhum comodo da casa, todos em volta me olham como se eu fosse
louca, não acreditam em mim, perdem a paciência comigo e me tratam como um
peso. Fui diagnosticada como esquizofrênica, vejo mortos, ouço vozes, tenho
fobias, tudo conspira a favor do diagnostico, no mundo real não sobra espaço
para o sobrenatural, preferem disferir uma sentença. Não me lembro ao certo
quando isso começou, acho que acontece desde sempre, pois dizem que nunca,
desde que nasci, tive uma noite de sono tranquila. Não me lembro de nada daquela época,
mas do restante de minha vida, não me lembro de outra coisa, até me acostumei
com eles, com os vultos, com as vozes, eram minhas únicas amigas, mas de um
tempo para cá, eles também me tratam mal, me dizem coisas dolorosas, me fazem
sofrer, me perturbam, não me deixam ter paz. Não todos eles, um em particular, o
homem de asas negras, esse me consome com seu veneno. Os outros até tentaram
interferir nas atitudes dele, mas foram rechaçados, agora apenas me olham com
pesar e balançam a cabeça, me estendem a mão de longe, mas não ousam se
aproximar. O homem me vigia dia e noite, mas à noite, ele parece ganhar mais
força, à noite tudo parece pior, deito virada para minha companheira de cama,
mas sinto sua presença e ouço sua voz, sei que ele está encostado no canto do
quarto, próximo a minha cabeça de braços cruzados, uma perna ereta e a outra
flexionada, as asas encolhidas, só são usadas quando quer me intimidar, quando
ouso enfrentá-lo, se não tivesse mostrado há muito tempo que não sou de todo
fraca, ele já teria me arrastado com ele para não sei onde, mas ele sabe o
quanto temo que isso aconteça, ele conhece tudo que se passa em meu ser, não
tenho como fugir, nem com quem contar. Enquanto todos dormem, eu sofro sozinha
e silenciosamente.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-13451325023153045012013-08-02T03:16:00.001-03:002014-11-02T19:17:42.388-03:00Zoltan, um cão adorável <div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuux-SNM4e4WOcFd_jH-Wz3Mv9JD3bvVenxaXYCtlPFzsFFOFmSUxpAl-QQdPrQ-SxpA0ToSFew07_1qG0jmRwfaoARY5j2fi74whgBcy76f_9euRHnbblqCIhoYVBHMs2I0ZV_zYfIjA/s1600/13_0__zoltan_hound_dracula_teeth.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuux-SNM4e4WOcFd_jH-Wz3Mv9JD3bvVenxaXYCtlPFzsFFOFmSUxpAl-QQdPrQ-SxpA0ToSFew07_1qG0jmRwfaoARY5j2fi74whgBcy76f_9euRHnbblqCIhoYVBHMs2I0ZV_zYfIjA/s1600/13_0__zoltan_hound_dracula_teeth.jpeg" height="320" width="300" /></span></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<b><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: x-small;"> ZOLTAN, O CÃO VAMPIRO DE DRÁCULA</span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXcVdeIZef23Q3WUCRVmsTV7QsaqHaf2Z4AuenWCaEzPK52LXaTvrzyAW3akiyL3PwOYUohATBSLtQIGZ5XfIpuTTPBEMbAiJw1p1NUMdD1rdlqRemOpQ4_qj6fBl_QviFBicUBKGDxek/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXcVdeIZef23Q3WUCRVmsTV7QsaqHaf2Z4AuenWCaEzPK52LXaTvrzyAW3akiyL3PwOYUohATBSLtQIGZ5XfIpuTTPBEMbAiJw1p1NUMdD1rdlqRemOpQ4_qj6fBl_QviFBicUBKGDxek/s1600/images.jpg" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;">Há
muitos anos atrás era de costume recebermos a volta dos pais para casa com histórias
e novidades, certa vez, nos chegou em um início de noite com muito folguedo
infantil um novo habitante. A mãe com a bolsa de bebê azul da caçula nos braços
entrou em casa fazendo segredo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;">-
Quem adivinhar o que trago aqui, vai ganhar um pirulito! Só não pode opinar
caçula por já saber o que é. Fique de bico calado!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;">Todos
os outros pequenos se manifestaram ávidos por diversão, olhavam os contornos,
olhava-se as brechas e os lances arrancavam gargalhadas gerais, um dizia que
era um urso porque tinha visto uma patinha, a outra dizia que era uma bruxa
porque tinha medo de bruxas, outro dizia que era um bebê, outro passando perto
disse que era um gato para ficar no lugar de Tom que morreu queimado. A
surpresa cansada de esperar furou o bloqueio e colocou o focinho para fora, ágil
como um gato a mãe colocou de volta, passaria despercebido por todos se a mais
esperta não visse e delatasse: É um cachorro! E é amarelo cor de queimado! Ouviu-se
vivas e aplausos, a menina mesmo com ajuda havia acertado. O cãozinho passou de
mão em mão, era lindo e arredondado, parecia uma bolinha e estava agoniado,
queria descer, sentir o chão nos pés, andara duas horas no escuro para não ser
despejado, animal não pode andar em ônibus, desce ele e o dono, não importa se
ta tudo pago. Outra onda de gargalhadas, o pobrezinho cambaleava, estava tonto
e confuso, não conseguiu andar em linha reta. Foi bem vindo na família, tinha
braço à disposição, precisava de um nome, houve outra votação, para uma devia
se chamar urso, porque não era um brinquedo, mas era tão fofo quanto, para a
outra devia se chamar bruxa, mas era menino e não menina, o nome não servia. O
pai decidiu que se chamaria Zoltan, porque era ruivo como o cão vampiro de
Drácula, apesar de o filhotinho ser belo e gracioso diferente do personagem do
filme de terror de Albert Band, o nome agradou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;">Como
se o batismo fosse o elo que ligaria o cão ao dono, os dois, pai e filho
postiço ficaram próximos, cada vez mais amigos. O cãozinho cresceu, ficou
grande como um labrador, o pelo brilhante reluzia ao sol, era quase todo ruivo,
exceto por um sinal branco na parte posterior do pescoço, ficava feliz quando
corria, mas encontrar o pai depois de dias viajando, o deixava radiante. Não
era o único cão da família e dos parentes, mas como ele não havia igual. O pai
tinha por habito caçar e pescar, colocava a roupa de caça e pesca, o chapéu, o
alforje e a espingarda ou a vara de pescar e saia logo cedo, era mais por
diversão ou terapia, pois nunca matara um bicho, voltava com as mãos mais
vazias do que quando partia, afinal a marmita voltava limpa. Talvez fosse só
para ter o gosto de entrar na mata, ter contato com a natureza, matar um pouco
a saudade da infância e se sentir em casa. Com a chegada de Zoltan, esses
momentos deixaram de ser solitários, um fazia companhia ao outro e ambos
adoravam. No fim da tarde Zoltan surgia no quintal esbaforido da corrida, ao
chegar nas redondezas, ele deixava o pai para trás e como se brincasse de
aposta, chegava primeiro em casa anunciando sua chegada dez, quinze minutos
antes. A mãe respirava aliviada, Zoltan chegou, o pai chegaria logo também, são
e salvo de ataque de onça, de porco do mato, de boi bravo e qualquer outro
perigo que espreitasse. Depois que chegavam, o pai sentava sereno, acendia um
cigarro e Zoltan deitava aos seus pés recebendo um afago entre uma baforada e
outra, depois de servido o vício, aos poucos os familiares se reuniam e sob a
brisa fresca da noite, ouviam histórias contadas pelo pai sobre o passado e
sobre o dia, as peripécias de Zoltan, um bicho novo que encontraram, o cão
curioso sempre aprontava uma, não podia ver um rio ou córrego que pulava dentro
para tomar banho, então pescar com ele do lado era um verdadeiro fracasso, mas
era divertido e não era solitário. Na mata corria atrás de pássaros e bichos de
menor porte, se via manada de boi bravo, corria atrás dos calcanhares latindo e
rosnando, era destemido, mas o pai sabendo do risco que corriam, também se
arriscava para salvá-lo de ser pisoteado. O pai tinha paixão por canto de
pássaros e isso ele sabia, respeitava o momento, ficava em silêncio apreciando
o fenômeno com paixão igual. Enquanto o pai contava as traquinices do dia,
Zoltan olhava desconfiado, entendia que era o assunto e que algo tinha feito de
travesso, apenas abanava o rabo e olhava de soslaio atento a qualquer sinal de
irritação, mas nunca era castigado, tinha muitas regalias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;">Viveu
assim por mais de dois anos, nunca ficara doente, nunca fora atropelado ou
sofrera qualquer outro acidente, era belo e inteligente. Um dia apareceram na
cidade homens vestido em fardas cor de terra, eram de um órgão competente,
cuidavam da saúde de bichos e de gente. Furavam, tiravam sangue, faziam exames
e quando ninguém mais se lembrava, lá vinham eles, com resultados e sentenças.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Não tinham nomes próprios, eram apenas Sucam’s (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública) e nunca foram tão cruéis, quanto quando trouxeram o carrasco e a sentença de Zoltan, que junto com tantos outros foi examinado e teve o sangue colhido, eles não eram médicos, mas tinham um poder de decidir qual o destino dos doentes. Sumiram e o coração aliviado, tomou conta de toda gente. Dias depois, sem que nem pra que, chegaram na porta com um carro e uns documentos, a mãe tinha de assinar, era ordem do governo, os animais contaminados por leishmaniose, teriam de ser sacrificados. Como impedir tal absurdo, ninguém sabia, ninguém podia, talvez o pai pudesse, mas ele não estava em casa. A mãe alegou que era visível a saúde do animal, o pelo lustroso e sedoso, diferente da cadela do irmão que estava doente, caindo os pedaços de couro nas costas e nas orelhas, mas eles foram contundentes, a cadela era saudável, o cão é que estava doente. Mesmo com os apelos e os argumentos, acorrentaram-no e colocaram em cima da caçamba, nem precisava das correntes, era bom e inocente, não faria mal a ninguém nem que quisesse. O homem sempre a dizer: Minha senhora é para seu bem, antes ele que suas crianças, além do mais nem vai sentir, vai fechar os olhos e dormir simples assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O carro partiu, Zoltan alegre olhando todos, o rabo balançando, estava passeando sem o pai pela primeira vez. A mãe chorou inconsolável: O que o pai vai dizer, quando não encontrar o seu bichinho que partiu tão feliz, nem desconfiava de seu destino. O filho inconformado pensava em uma solução, o amigo comovido fez um convite: Vamos atrás deles e tomamos o cão a força, eles não podem matar um bicho que nem lhes pertence, não passam de uns cruéis sem coração.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A ideia era boa, a esperança renasceu, foram o filho e mais dois, com certeza trariam o cão. Pouco tempo depois voltaram, os homens eram irredutíveis, não havia acordo, deviam esquecer o amigo, seria melhor assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Como esquecer? Como fingir que estava tudo bem? Como contar ao pai? Como seguir em frente?</span></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;">Quando
o pai chegou de viagem, soube de tudo, nos mínimos detalhes, Zoltan se fora
para sempre por um ato de crueldade, a mãe tinha certeza que os resultados
estavam trocados, mas eles tinham o poder, não aceitaram argumento. O pai
acendeu um cigarro, sentou no escuro do quintal e de cabeça baixa por lá ficou
por muito tempo, ninguém ousou interromper, era seu luto, estava sofrendo.</span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-2005022450247097732013-03-16T23:43:00.002-03:002013-03-16T23:44:50.843-03:00O inverno das rosas um Ebook de Laisa Couto<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicchfypOm3hIf6PBjJACOIBfp48kLdP0wRhg5VVyAFYzNDTLvK4dNwNTm_SdZWFjl4uZc3C0CjmwJ7s1dWbDswgcprYTKrXyaPSV3qXZQCPhfqvhiSwcxFTNX3aa84Acue0Mr-CmMNwoo/s1600/livro+de+laisa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicchfypOm3hIf6PBjJACOIBfp48kLdP0wRhg5VVyAFYzNDTLvK4dNwNTm_SdZWFjl4uZc3C0CjmwJ7s1dWbDswgcprYTKrXyaPSV3qXZQCPhfqvhiSwcxFTNX3aa84Acue0Mr-CmMNwoo/s1600/livro+de+laisa.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">A editora Draco publicou um conto em versão ebook da autora de Lagoena, Laisa Couto intitulado O Inverno das Rosas. </span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;">
<div style="text-align: justify;">
<b>O Conto é uma releitura sombria de uma conhecida história infantil. Da maldição ao sono, o inverno se concretiza. As rosas desabrocham. Uma princesa dorme no alto de uma torre esquecida, mas sua alma continua desperta, habitando os mundos dos sonhos, procurando aflita sua liberdade roubada."</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Está disponível por R$2,99 na Amazon.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><span style="font-family: inherit;"><b><a href="http://www.amazon.com.br/O-Inverno-das-rosas-ebook/dp/B00BU9D5KM/ref=sr_1_1?s=digital-text&ie=UTF8&qid=1363355295&sr=1-1">http://www.amazon.com.br/O-Inverno-das-rosas-ebook/dp/B00BU9D5KM/ref=sr_1_1?s=digital-text&ie=UTF8&qid=1363355295&sr=1-1</a></b></span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><b><span style="font-family: inherit;"></span></b></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><b><span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;"></span></b></span></b></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><b><span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;"></span></b></span></b></span></b></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;"><b>E na Kobo Books pelo mesmo valor, para conferir basta clicar no link: </b></span></b></span></b></span></b></div>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></span></b></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><span style="font-family: inherit;"><b><a href="http://ptbr.kobobooks.com/ebook/fb/book-GOD8lUZnH0iB7nwRJJ7z3g/page1.html?fb_action_ids=524725887566163&fb_action_types=og.likes&fb_source=aggregation&fb_aggregation_id=288381481237582">http://ptbr.kobobooks.com/ebook/fb/book-GOD8lUZnH0iB7nwRJJ7z3g/page1.html?fb_action_ids=524725887566163&fb_action_types=og.likes&fb_source=aggregation&fb_aggregation_id=288381481237582</a></b></span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><span style="font-family: inherit;">Pois é gente, vamos matar a curiosidade acessando!</span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"></span></b><br />
<div style="display: inline !important;">
<b><span style="font-family: inherit;">Corre lá.</span></b></div>
<b><span style="font-family: inherit;">
</span></b></div>
</span></b>Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-91344136131506177002013-03-03T23:36:00.001-03:002013-03-03T23:42:12.512-03:00Algumas Considerações sobre Lagoena<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpMDijL7fapI1d1GPrV2_f-wNK40gLJFcb5XC4W7l4BJieD0ATk7uFfn5WQRU17TH7TIVW7TT19yszYdoWw4A02O1lyF1uWvfmvVQV022SjrLT6GssussmhEJy1q0A0fxs-2rAmcKEHJg/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpMDijL7fapI1d1GPrV2_f-wNK40gLJFcb5XC4W7l4BJieD0ATk7uFfn5WQRU17TH7TIVW7TT19yszYdoWw4A02O1lyF1uWvfmvVQV022SjrLT6GssussmhEJy1q0A0fxs-2rAmcKEHJg/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;"><b>Finalmente
consegui tirar um tempo, ou melhor, me "roubar" um tempo, pois estou escrevendo esse
post quando devia estar fazendo um trabalho acadêmico, mas a ocasião pede e
estou em divida há meses, para deixar minhas impressões sobre a fantástica web
série Lagoena da autora Laisa Couto.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;"><b>Lagoena
narra à história da pequena Reitha que vive em um sobrado com o avô materno
escondida de todos os habitantes do reino do Vinagre que suspeitam da existência
misteriosa da menina, mas não sabem ao certo o que pensar de tanto segredo e
por essa razão existem muitas especulações, algumas até absurdas sobre a
garotinha. Em meio a tudo isso a pequena leva sua vida entre a curiosidade
normal da infância e a vontade de explorar o mundo que conhece apenas pelas
frestas da janela de seu quarto. Por esses motivos também é que Reitha não
perde a oportunidade de explorar toda e qualquer informação que faça algum sentido
em sua cabeça. Então eis que juntando um fragmento aqui e acolá ela descobre
que sua vida está cercada por um grande mistério que vai mudar totalmente o
rumo de sua vida e de todos que a cercam.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;"><b>Li
esse livro três vezes e todas às vezes novas emoções me invadiam como se fosse a
primeira vez que o fazia, talvez por isso tenha sido tão difícil fazer uma
resenha dele, estou tentando há mais de um mês, pedi ajuda até aos
profissionais que sabem todas regras para se fazer bem um texto, mas não
consegui escrever nada que valesse a pena, então resolvi deixar a formalidade de
lado e falar de maneira simples, mais honesta sobre essa obra maravilhosa que
tive a oportunidade de ter em mãos.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;"><b>Lagoena
é narrado de uma maneira leve, mas muito minuciosa, o que nos permite conhecer
o perfil de cada personagem e de cada ambiente sem se tornar enfadonho ou “pomposo”
sabe. Depois que passa toda essa fase de apresentação, vem o melhor de tudo que
é a aventura, cada capitulo uma nova surpresa nos aguarda, me senti adolescente
outra vez vibrando com o novo livro de terror, de aventura ou de fantasia que
estava lendo. A autora passeia por todos esses gêneros de forma brilhante. O enredo
tinha tudo para ser chato e até enfadonho, confesso que demorei a ler até
porque acreditava ser algo infantil, afinal os protagonistas são crianças, mas
foi um grande engano. O livro consegue agradar a todas as idades, gostos e gêneros.
Exemplo disso sou eu que virei uma grande fã da série e com certeza serei uma
das primeiras a adquirir o exemplar quando for publicado. Vou confessar mais
uma coisa, perdi as contas das vezes em que me peguei pensando no destino que
os personagens tomariam e até tive sonhos com o mundo fantástico de Lagoena.
Muitas vezes também quando acabei de ler o novo capitulo senti como se não
tivesse saído da floresta encantada, a sensação que senti ao conhecê-la pela
primeira vez ficou em mim por horas e horas e sempre que releio a sensação
volta, talvez por isso eu tenha demorado a falar as minhas impressões do livro,
porque tenho esse habito de só ter certeza de ter gostado de algo assim, através
das sensações que ficam e permanecem, me recuso a dizer que amei um livro ou
que ele é excelente se essa doce e agradável sensação não se fizer presente,
pois livros são como tudo na vida, uns agradam no momento mas passam, outros
(poucos na verdade) ficam guardados para sempre.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;"><b>Sei
que vou ser chamada de exagerada exatamente por ser tão extrema em tudo que
faço, e sei que fui nesse post, mas não tenho vergonha de afirmar que Lagoena é
um livro magnífico e valeu muito a pena ter lido.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12.0pt;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-size: small;">Não vou citar aqui meus personagens favoritos porque a lista seria muito grande, mas se você leitor ficou curioso e quiser conhecer pessoalmente essa obra, ela está atualmente </span>disponível<span style="font-size: small;"> no site Booksérie no endereço eletrônico ; </span>http://bookserie.com.br/.</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><b>Segue Também o link da página de Lagoena:</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>http://bookserie.com.br/series/2/seasons/6/chapters/24/episode</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Se quiserem conhecer a autora Laisa Couto, ela se encontra disponível no Blog Confissões Desajustadas, um canto lindo e além de tudo muito agradável que vale a pena ser conferido, possui poemas, textos e matérias de muita qualidade das quais já sou fã há alguns anos.</b></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-10275881028400266942012-11-03T21:14:00.000-03:002013-02-24T22:19:14.656-03:00Lídia<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiC3bQSC0Vyf4qB8gW0FlSfbNv5RtE3l1_557aZp_ay9BoOP117SH7YQ8I8callFNdqfcqjCsuh3OOyctzda9j74Om6zucfO-1idQ4qjD3JWloF37s4yq_AOzJLnuaqbgzNb7PbWPRa9A/s1600/lagrima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiC3bQSC0Vyf4qB8gW0FlSfbNv5RtE3l1_557aZp_ay9BoOP117SH7YQ8I8callFNdqfcqjCsuh3OOyctzda9j74Om6zucfO-1idQ4qjD3JWloF37s4yq_AOzJLnuaqbgzNb7PbWPRa9A/s320/lagrima.jpg" height="199" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Entrou
no salão com passos vacilantes, não queria estar ali, não gostava dessas
ocasiões deprimentes, mas sabia que era preciso seguir em frente, devia isso à
prima, só não sabia como deveria proceder nessas ocasiões. Nunca precisara
consolar ninguém, a única vez em que fora a um velório, era ela a ser consolada
por todos e nunca mais se esquecera o quanto havia sido repulsivo.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Divisou
a prima próxima ao ataúde amparada por alguns familiares e quis voltar antes
que fosse notada pelos presentes, mas antes que pudesse se voltar, os olhos
dela e os de Lídia se encontraram e havia tanto sentimento que se viu paralisada
encarando-os, com um gesto de mão a outra a chamou para junto de si. Seguiu até
ela com passos firmes e se viu arrebatada por um abraço sentido, cheio de
gratidão, por mais que quisesse fugir, sentia que fizera bem em ter ido até lá. Lídia</b><b> a soltou e deitou a cabeça em seu
ombro, segurava tão firme sua mão que a deixou assustada, sabia que tudo que
ela queria era um porto seguro para atracar, mas tinha medo de não corresponder
como devia as expectativas. Durante toda a cerimônia se viu arrastada pela
prima para todos os lugares o que a deixava cada vez mais desconfortável. Mas
como recusar apoio nesse momento? A dor dela era um pouco sua também, mas para
a prima isso era tão novo e tão intenso que assustava, Lídia nunca havia
perdido alguém que amava para a vida, muito menos para a morte, com
certeza se perguntava se algum dia a dor diminuiria e ela poderia voltar a
respirar com tranquilidade. O pior de tudo era continuar vivendo quando o que
realmente se quer é fazer uma barganha a dona morte e trocar sua vida pela do
outro que se foi. Todos chegam para te dizer que a vida continua e que é
preciso seguir em frente, mas, como falar é mais fácil que fazer, todo mundo
pode dizer o que quiser. Com o passar do tempo Lídia se reencontraria e só ai
seguiria em frente sem precisar que ninguém lhe ordenasse voltar à vida. Agora
sabia que Lídia encontrara nela a semelhante, que compreendia tudo, que não
criticaria seus atos ou ordenaria alguma coisa, somente seguraria sua mão e guardaria
esse mistério como um cúmplice de um crime.</b></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-51918020790595661572012-08-12T16:58:00.000-03:002015-02-01T19:12:39.461-03:00Branca como a neve<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhekWQWrUPHA5_Ia7bzECj4e3hJV3vvFsA6uHDXoDFpg4kQrGs3btHKtdF8BucD3ppRDjGzrUkCySbt6c51WHB3aYo0gJqNZpYVy80p_HOsOQHqTRMAhx-V0QxexqTRxYf3sZkVAe8hozs/s1600/dark-other-28246-567553.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhekWQWrUPHA5_Ia7bzECj4e3hJV3vvFsA6uHDXoDFpg4kQrGs3btHKtdF8BucD3ppRDjGzrUkCySbt6c51WHB3aYo0gJqNZpYVy80p_HOsOQHqTRMAhx-V0QxexqTRxYf3sZkVAe8hozs/s320/dark-other-28246-567553.jpg" height="256" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Era uma vez um rei que vivia
muito feliz e uma rainha que só não era tão feliz porque sentia de vez em
quando uma tristeza profunda por ainda não ter tido um filho para alegrar ainda
mais os seus dias. Tinha noites em que olhava através da janela de ébano a neve
branca cair lá fora e sentia muita solidão, então ela pensava em o
quão feliz seria se tivesse a graça de ter uma filha bela como à neve, com
cabelos negros como o ébano e lábios vermelhos e veludosos como a pétala de uma
rosa. Viveu nesse sofrimento por quinze anos e eis que quando menos esperou,
concebeu seu fruto tão desejado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Deu a luz a uma menina branca
como a neve de lábios rosados e cabelos negros a quem batizou de Branca de Neve,
entretanto desfrutou dessa benção por apenas um dia. A rainha pereceu para a
tristeza do rei que ficara tão órfão quanto à filha. O luto durou sete anos, e
sete anos Branca viveu sem uma mãe ou um pai para guiar seus atos, cresceu
livre como um pássaro e selvagem como um lobo, o que aprendeu foi graças aos
criados a quem atazanava dia após dia, um a um. Foi criada como filha pela cozinheira
e por seu marido o lenhador real com quem passava os dias a cortar
lenha na floresta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Era curiosa e rebelde, o que
cedo ou tarde chamaria a atenção do pai que diante de sua dor vivera cego a
tudo mais que se passava. Foram os convivas do castelo, nobres e encostados que
lhe chamaram a atenção para isso, a princesa precisava ser corrigida enquanto
era cedo, ou o reino seria perdido para sempre nas mãos da criatura. Diante da
pressão para que se casasse e desse uma mãe decente a filha, o rei desposou uma
prima distante confiando no fato de que correriam menos riscos se ficasse tudo
em família.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">O rei morreu uma semana depois,
segundo o primeiro ministro, de tanta tristeza. Branca sequer chorou sua morte,
para ela, o rei não passava de um estranho, assim como a madrasta. Pouco depois
do enterro se enfiou nas dependências dos empregados para ser esquecida por
longos dez anos. E teria continuado no esquecimento se não fosse à cobiça da
nobreza pela sucessão, já que Branca estava em idade de se casar, e o reino
precisava de um sucessor legitimo. Quando questionada, a rainha não teve outra
saída a não ser mandar buscar a herdeira na floresta onde passava os dias com o
lenhador. A esperança dela era que a selvageria da princesa botasse para correr
todos os pretendentes, mas para sua surpresa, Branca tinha uma beleza invejável
mesmo disfarçada de plebéia. Sentiu tanta inveja daquela jovem sortuda que não
se conformou enquanto não concebeu um plano para acabar com a concorrência.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">Mandou chamar o caçador real e
lhe ordenou que matasse a princesa no dia seguinte quando ela estivesse distraída
com o lenhador. Apesar de gostar muito da jovem, não teve escolha, era a sua
vida ou a dela. Muniu-se de coragem e foi à caça no dia seguinte, não demorou a
encontrar seu rastro, estava colhendo lenha sozinha, a ocasião não poderia ser
melhor, empunhou o arco, armou a flecha e mirou bem no coração, mas enquanto esperava
uma boa ocasião para desferir a flecha, suas mãos fraquejaram, a princesa era
bela demais para morrer, doía tanto desperdício. Hesitou uma, duas vezes e
acabou desistindo, se dispôs a voltar e encarar as consequências, mas antes que
pudesse partir, Branca o viu e o atacou com um tronco de madeira levando-o ao
desmaio. Ao acordar, se viu amarrado em uma árvore sob a mira de sua própria
flecha, o sangue que escorrera do ferimento estava seco em seu rosto e a cabeça
doía muito. Piscou varias vezes até conseguir divisar o contorno de seu algoz e
a surpresa ao reconhecê-la foi tamanha que o levou a gargalhada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">- Se não calar a boca, te
espeto bem no coração!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit;">O caçador parou de rir
imediatamente e a encarou, era linda, mas era o diabo de bruta, parecia mais
filha do lenhador do que do rei. Ela o fez confessar tudo que a rainha
planejara contra ela e depois o libertou, mas com pena de saber que seria
condenado a morte por ter falhado, matou um porco do mato e lhe entregou o
coração para que provasse a rainha que cumprira a missão. Só depois de
libertá-lo e deixá-lo partir é que percebeu que estava encrencada, se fora dada
como morta, não mais poderia aparecer no castelo, então precisava encontrar
outro lugar para morar. Caminhou sem rumo por dias e noites até que se viu as
margens da floresta proibida, se entrasse nela, poderia esperar de tudo, até
sua sentença de morte cumprida. Contudo, era tarde demais para
voltar atrás, então, tremendo de medo, entrou na escuridão em plena luz do dia,
andou as cegas, aflita por não poder divisar nada em seu caminho, mas por uma
espécie de milagre, sua audição estava mais aguçada, ouvia até o rastejar das
minhocas na terra fofa o que ainda a manteve equilibrada. Após mais de três
horas de caminhada, ouviu um uivo que arrepiou seu corpo dos pés a cabeça,
olhou em volta e não viu nada, apenas a escuridão. Continuou trêmula até ouvir
outra vez o uivo ainda mais perto, aumentou os passos e apurou os ouvidos,
sentiu que algo a seguiu, podia ouvir a respiração da criatura logo atrás de
si, os passos estavam cada vez mais próximos, sem pensar duas vezes, correu o
mais rápido que pode sendo açoitada pelas árvores e tropeçando nos galhos
úmidos do chão, apesar disso o bicho saltou por cima dela e parou em sua frente com
olhos vermelhos como fogo encarando-a e mostrando os dentes ferozes, era um
enorme lobo e parecia faminto. Encolheu-se fechando os olhos, com o coração
saltando pela garganta e esperou o bote que não veio, abriu os olhos e viu o
animal recuar amedrontado, atrás de si havia outra criatura que não lembrava
nada que tivesse visto ou ouvido antes, lembrava os homens da aldeia, mas
tinha presas e olhos vermelhos como o do lobo. O homem encarava o lobo que
recuava devagar, Branca não quis esperar para ver no que ia dar aquele encontro
e correu como louca o mais rápido que pode em direção oposta a deles. Porém,
não conseguiu ir muito longe, trombou de frente com uma rocha que não viu por
causa do escuro e caiu desacordada.</span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-6064083639586303432012-08-04T12:00:00.000-03:002013-02-24T22:20:38.447-03:00O Retorno ao Campo (Fragmento do capitulo do romance "Ulisses")<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b><span style="color: #a64d79;">...</span> Luiza estava ajeitando os laços da
roupa em frente ao espelho quando Netinho entrou no quarto e começou a puxá-la
apressado e agitado demais para dizer qualquer coisa, resmungando apenas um “<i>vem ver</i>” quando era interrogado, guiou-a
para a cozinha do casarão dos bisavós e mostrou um cesto com filhotes de cães
sem raça definida, graciosos e peludos. Ele estava encantado com os filhotinhos,
nunca vira um antes, os olhos brilhavam de expectativa.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Ela lembrou-se do dia em que Ulisses e Penélope
chegaram da mesma forma naquele mesmo ambiente, era como se a historia estivesse
se repetindo. Ela e Rosa quiseram tanto os felinos, a ponto de implorar para
ficar com eles, no fim acabaram conseguindo, mas com o filho seria diferente,
por mais que ele chorasse e implorasse, jamais poderia ficar com o cãozinho.
Tivera que abrir mão do gato pelo bem dele, não colocaria outro em seu lugar.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Netinho chorou e implorou, mas a mãe
estava irredutível. Ele não entendia que o pêlo do animal representava um
perigo para sua saúde, e por mais que a mãe argumentasse, ele tinha um contra
argumento convincente. Os pais e os avós também argumentaram a favor do
pequeno, mas ela foi obrigada a desobedecê-los dessa vez, há exatamente três
anos foi induzida a doar Ulisses pelo bem dele e era pelo bem dele que estava
recusando o filhote agora. Netinho tinha saúde frágil e exigia muitos cuidados,
viajara pela primeira vez para o campo com milhares de recomendações do médico
e cada soluço deixava-os alerta.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>O pequeno foi às lágrimas de fato diante
da negativa, aconchegou-se no corpo da mãe e soluçou aos prantos deixando Luiza
constrangida. <i>“Porque você puxou ao seu
pai, tão suscetível meu bem? Antes tivesse saído a mim, forte e com brios</i>.”
Ele não entendeu as palavras da mãe e apenas soluçou: “<i>Eu o quero mamãe, queria meu amiguinho pra mim...</i>”<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt;"><b><span style="font-family: inherit;">Diante do sofrimento real do pequeno, Aurélia
pediu à filha que permitisse ao menino ficar como dono do pequeno mesmo não
podendo levá-lo com ele aonde fosse, o animal seria criado na casa grande e ele
só o veria nas férias quando fossem lá. Netinho aprovou a ideia, só queria ser
o dono e poder dizer que tinha um amiguinho só seu. Luiza finalmente cedeu e
permitiu que o filho ficasse com o bichinho levando-o do pranto ao riso. Ele
era muito belo rindo, tinha as feições de Rosa, os cabelos negros e escorridos
como os dela, o sorriso meigo e os olhos amendoados, talvez esse fosse o maior
motivo de amá-lo tanto. Otávio só era lembrado no temperamento e na
fragilidade, não que ela não amasse o marido, só não tolerava a falta de
atitude dele, se fosse mais dono dos próprios atos talvez tivesse mais valor
diante de seus olhos...</span></b><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-39943501215971491232012-07-29T16:11:00.001-03:002013-02-24T22:21:04.137-03:00Gárgula<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRNWb3wbjL0F4pWgNaJWsD8pPb5QhWR2Nnpfhs3MhDDZ7BlhYPLV4b82g1eoLUt56VYzuWvp5E8fekwXPiZdRrLuEtmDBYJPdj_BYLFuUqoYRAoOUw3XxYL9eykWtOZ-Osk-11a60QES8/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRNWb3wbjL0F4pWgNaJWsD8pPb5QhWR2Nnpfhs3MhDDZ7BlhYPLV4b82g1eoLUt56VYzuWvp5E8fekwXPiZdRrLuEtmDBYJPdj_BYLFuUqoYRAoOUw3XxYL9eykWtOZ-Osk-11a60QES8/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><span style="color: #a64d79;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><span style="color: #a64d79;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>De um salto parou em cima do antigo
prédio da alfândega em ruínas e ficou observando a noite silenciosa. A lua
cheia sobre a Barra deitava um filete de luz prata sobre o rio gerando uma
belíssima paisagem, as águas moviam-se calmamente beijando o alicerce da mureta
de proteção de vez em quando. Infelizmente só era possível respirar ar puro e
admirar a paisagem na escuridão da noite, sua aparência disforme provocaria
pânico nos seres viventes. Quando seus chifres e suas asas foram esculpidos em
seu corpo no alto da torre da igreja acreditava-se que traria sorte a quem
frequentasse a residência divina. Agora se pensava outra coisa, para todos era
apenas um demônio e trazia má sorte. Durante o dia diversas pessoas olhavam
para o alto para admirar as esculturas históricas e benziam-se ao deparar-se
com sua figura esquálida desonrando as imagens santas ao seu lado. Imagine o
que aconteceria se soubessem que ele ganhava vida a noite e se aventurava pelas
ruínas do terminal pesqueiro, dos casarões e de tantos outros estabelecimentos
esquecidos em meio as lojas e prédios modernos do atual centro da cidade.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Conhecia aquele lugar como a palma da
mão, vivia ali desde que o lugar não passava de uma vilinha esquecida por todos
até o inicio do século dezenove quando começaram a surgir casa e prédios em uma
velocidade vertiginosa; até quando não havia mais espaço para crescer e a cidade
se expandiu para outras áreas. A ele restou habitar as construções inacabadas
furtivamente esperando o dia em que andaria tranquilamente outra vez, mas até
agora esse dia não chegou. Sentou-se no parapeito e ficou observando alguns
mendigos dormirem no passeio lá embaixo, outros cheirarem substancias
desconhecidas em garrafas ou latas falando palavras desconexas, enquanto
pensava em como seria sua vida se existissem outros de sua espécie para poder
dividir seus dias. Os seres de baixo eram tantos que mais pareciam uma praga,
enquanto que ele estava só e cansado. Poderia descer um pouco e se divertir apavorando
os companheiros de noite, mas não sentia vontade, preferiu ficar até que a fome
o fizesse buscar alimento nas ruínas do terminal pesqueiro.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Havia noites em que voava pelo céu
iluminado com luzes artificiais buscando esperançoso um ser se não igual, que
ao menos voasse como ele e que lhe contasse o que vira e vivera onde passara,
mas nunca encontrou ninguém, apenas corujas urbanas desprovidas da fala. Estava
cansado de buscar, sentia apenas vontade de descansar, mas seu corpo tinha
necessidade de se exercitar, o que o obrigava a voar ou saltar de vez em quando
para suportar as dores físicas.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Levantou, ergueu as asas atrofiadas até
o alto, ensaiou uns movimentos que o ergueram alguns centímetros do telhado,
mas depois voltou a aterrissar e encolheu-as, preferiu saltar até o outro lado.
Caiu com estrondo no telhado do terminal para assustar os humanos adormecidos lá em baixo, ouviu um reboliço no interior do prédio e depois o silêncio
outra vez, estavam todos cansados demais para se importar com os ruídos do que
julgavam serem gatos de rua. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Desceu até lá e escolheu
sua vitima com cuidado, era muito exigente em questão de comida, rapidamente
agarrou a vitima e cravou as presas no pescoço fazendo o sangue jorrar para
dentro de sua garganta até ficar satisfeito. Depois jogou o corpo inerte no
chão e voou de volta para a torre da igreja, agachou-se, encolheu a asas e
olhou para o horizonte aguardando o nascer do sol.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-40222246047299209892012-07-21T17:17:00.000-03:002013-02-24T22:21:30.023-03:00Fragmento... Sonhar?<b><br /></b>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>... Elisa estava distraída olhando as
estrelas no terreiro e sentindo o vento fresco balançar sua roupa quando Eliana
chegou de mansinho olhando em volta atenta a todos os ruídos. Morria de medo da
noite e das assombrações que o escuro guardava, mas se a irmã estava lá, estava
segura. Elisa parecia não ter medo de nada, passava muita segurança em tudo,
mas o que Eliana não sabia era que a irmã também sentia medo de muitas coisas.
Só que seus medos eram outros.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Elisa olhou a porteira fechada e mais
além a estrada deserta sonhando com o rumo que ela ia lhe dar na vida quando a
percorresse. Eliana desconfiou que a irmã estivesse vendo alguma coisa
sobrenatural e para não sucumbir ao impulso de sair correndo resolveu perguntar
com voz trêmula de medo.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Você está vendo alguma coisa Elisa,
vem alguém lá?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Não Liana, só estava olhando.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Você quer sair hoje e papai não deixou?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Não é isso. Você não entenderia...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Você não gosta daqui né?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Claro que eu gosto... Eu só queria
conhecer qualquer lugar que não tivesse gado e capim para todo lado.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Isso eu também queria, vamos pedir a
mamãe para nos levar para a cidade amanhã?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Elisa riu da irmã que tinha uma maneira
bem particular de entender as coisas, no fundo ela era tão conformada com
aquela vida quanto todos os outros.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- É uma boa ideia! Quem sabe você não
encontra inspiração para um conto? Eu adoraria ler um conto novo seu.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Verdade, vou logo falar com ela.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt;"><b><span style="font-family: inherit;">Entrou em casa correndo e sumiu de
vista, ela estava só outra vez ouvindo o cricrilar dos grilos e o canto da
cigarra. Lembravam Eliana zunindo em seu ouvido com mil novidades o dia todo,
se não fosse pelo amor que sentia por ela e pelos pais já teria partido sem
olhar para trás...</span></b><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-12761661966914865332012-07-14T16:35:00.000-03:002013-02-24T22:21:56.947-03:00Fragmento de um romance<b><br /></b>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Aline desceu do ônibus e viu Cadu indo
para casa, não perdeu a oportunidade e correu em sua direção, quando chegou
perto gritou: me dê uma carona! Depois pulou nas costas dele fazendo-o perder o
equilíbrio. Se já não estivesse tão acostumado com esse hábito dela, teriam caído
os dois no chão. Ambos riram e ele a levou para casa ouvindo a novidade que a
estava deixando tão feliz.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Consegui o emprego! Meu primeiro
emprego!<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Sabia que você ia conseguir, temos que
comemorar... Começa quando?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Segunda feira. Não vejo a hora. Nem
acredito que vou poder pagar minha faculdade, comprar minhas coisas sem
depender de vovó...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Cadu a colocou no chão em frente a casa
onde ela morava com a avó e os dois se sentaram no banco de cimento em baixo da
amendoeira onde Dona Marina passava as tardes bordando. Ela explicou como
havia sido a entrevista detalhe por detalhe, falou também das cargas horárias, salário
e transporte. Ele não ficou satisfeito, achou que ela merecia mais, mas como ela
estava contente preferiu não desapontá-la.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Aline e Cadu se conheciam desde pequenos,
quando a mãe dele se mudara para a vizinhança. Ele tinha então quatro anos e
ela três, mas já era sapeca e amigável. Ela o viu uma vez e já falou com ele
como se fossem velhos amigos, tinha um sorriso faceiro e falava pelos cotovelos.
Ao menos essa característica conservava até hoje, parecia que tinha engolido
uma vitrola quebrada, pelo menos era o que dizia Dona Marina. Segundo a avó,
ela tinha tanta pressa em falar que se esqueceu de andar, andou tarde, mas
falou muito cedo, por pouco não nasceu tagarelando.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Mas o que Aline tinha de espevitada, Cadu
tinha de calmo, sempre fora muito tranquilo e não dera trabalho nenhum à mãe para
criá-lo, um era o oposto do outro.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Me diga agora o que você vê?<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Vejo um futuro azul claro com nuvens
de algodão branquinhas aonde iremos nos deitar e descansar depois de um dia
muito corrido e muito sacrificado.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Ah, deixa de ser pessimista, vai ser
gratificante também.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>- Você tem razão, é muito gratificante, dá uma sensação de poder, de liberdade que só sentindo para saber. É
muito bom crescer, você vai ver.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Aline sorriu vislumbrando tudo que ele
disse com uma sensação de que ia amar tudo aquilo. Ia ser muito bom crescer...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-72562186211794138822012-06-20T00:47:00.001-03:002013-02-24T22:22:20.694-03:00Voltar?<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Só eu sei a emoção que está me invadindo ao entrar neste cantinho cinco meses depois de tê-lo abandonado, não sabia que gostava tanto daqui até agora, quando tive coragem outra vez de encará-lo, e deixar minhas fraquezas de lado. Fui capaz de rejeitá-lo a ponto de sequer querer olhar suas linhas, tentei esquecer como era sua cara e o que suas páginas guardavam, mas pior que isso, era reconhecer o quanto me machucava estar longe daqui que por tanto tempo foi meu melhor lugar no mundo.</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Como sempre não sabemos o quanto gostamos de algo até perder, e talvez eu o tenha perdido mesmo. Não sei se vou poder voltar, não por mim, mas por estar demorando tanto esse momento de, digamos, "autoconhecimento" passar. Tudo começou exatamente ai, na necessidade de me conhecer, de descobrir o que quero de verdade na vida, de saber se devo continuar sendo quem sou ou se devo mudar meu rumo, e nessa entrou também essa "crise" da escrita. Como vou escrever se nem nisso sou boa? Como continuar se nem ao menos sei sobre o que falar e como falar? Mas só agora vejo que não devo parar, aqui é meu lugar, meu refugio, era para onde eu corria quando precisava sentir que algum lugar no mundo me pertencia, e sem isso, o vazio é maior. Não sou escritora, não sou blogueira, sou apenas uma leitora que se mete no ramo da escrita só para não esquecer o caminho de casa.</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Quero voltar a ativa, não vai ser agora, nem sei quando vai ser, só sei que uma hora essa crise vai passar, e as folhas vou voltar a riscar. Mesmo que sejam frases curtas vou postar por que não quero que esse lugar venha a definhar por minha covardia, esse medo tenho que superar.</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Por fim, minhas desculpas a quem me segue, visita e acompanha, pelo silêncio tão prolongado, pelo descaso e pelo medo de encarar tudo isso de frente prejudicando mesmo inconscientemente, quem me valorizou por tanto tempo.</span></b></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-24066854891050973152012-01-18T14:40:00.001-02:002013-02-24T22:23:06.842-03:00Shangri-la<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm62bdCY8ONyA1fETBUuzSw248CieO43v-JmRLWd8AFEmITIIgfduQMG1RsU886C9yP1-1Dq8cPvUtRwz60RAVeP06VTqUrwLaSYxuLqQHmaQ1Lel4zeZOiaFlALCE5RaLEJtxs9STc8A/s1600/paraiso_i17.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm62bdCY8ONyA1fETBUuzSw248CieO43v-JmRLWd8AFEmITIIgfduQMG1RsU886C9yP1-1Dq8cPvUtRwz60RAVeP06VTqUrwLaSYxuLqQHmaQ1Lel4zeZOiaFlALCE5RaLEJtxs9STc8A/s320/paraiso_i17.jpg" height="320" width="284" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: inherit;">Xandhi terminou a ordenha e alisou o pêlo emaranhado da iaque, depois a liberou para pastar pela pradaria. Antes de levar o leite para dentro de casa, recolheu todo o estrume do estábulo e colocou dentro da estufa para queimar e aquecer a cabana onde moravam.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: inherit;">Com o leite fariam manteiga, queijo e xarope, além de beberem quente para aquecer o corpo no frio. Ela olhou o rebanho pastando ao longe feliz em saber que os animais os respeitavam e partilhavam a vida segura e tranquila de Shangri-la.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: inherit;">Ainda lembrava como se fosse ontem o dia que chegara ali com a avó e o irmão fugindo do horror de ver sua aldeia sendo saqueada por três Ietis das montanhas. O pai ordenara que ela salvasse a mãe, a avó e o irmão enquanto ele se juntaria aos homens da aldeia para a defender com a própria vida se fosse preciso. Mas a mãe se recusara a partir e deixar o marido sozinho sucumbindo junto com toda a aldeia. Para ela não havia escolha a não ser atender ao pedido do pai, os três partiram levando a dor e o medo como companheiros. Erraram por dias a fio na neve congelante sem rumo. Quando não parecia mais haver esperança de salvação, a aldeia sagrada apareceu no horizonte como um oásis no meio do deserto. O paraíso que tantos buscaram sem sucesso e de onde muitos fugiram por não estar preparado para alcançar a paz de espírito quase alucinante. O paraíso que surgira do desespero e da incerteza, do medo e da dor.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: inherit;">Ela agora sabia que Shangri-la era sagrada porque abria seus braços maternos para os que mais necessitavam e os que menos ambicionavam, fossem humanos ou não.</span></b><br />
<span style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;"><b>Inspirou enchendo os pulmões de ar gelado e expirou soltando fumaça pelo nariz, depois colocou a manta feita de pêlo de iaque em cima dos ombros, pegou os baldes de leite e foi até a cozinha. O ar quente da habitação a envolveu lembrando o colo aquecido da mãe quando era pequena. Enquanto aquecia um pouco de leite ouvia a voz grave da avó contando histórias para Jamhàal sentada na sala forrada com a lã da última tosa dos iaques da aldeia.</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="font-family: inherit;">Quando o leite ferveu, levou três xícaras e se juntou aos dois agradecendo mentalmente pela oportunidade de ter sido escolhida para viver em Shangri-la. </span></b></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-74075619310784458382012-01-08T22:24:00.002-02:002013-02-24T22:24:22.820-03:00Sozinha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVqpSrnrGcCFLOCNIW8IvSww70KasKgo1nZTOaWH95Dn74TJl739xoWhUSctqYOnkD3aQDibYbvbRM5W7BOzKeXun4Ryv3p6QYusw-NVo674bBfGGGePvPeKkZZ68reo61EaKIlBWi88s/s1600/Todo-seu-odio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVqpSrnrGcCFLOCNIW8IvSww70KasKgo1nZTOaWH95Dn74TJl739xoWhUSctqYOnkD3aQDibYbvbRM5W7BOzKeXun4Ryv3p6QYusw-NVo674bBfGGGePvPeKkZZ68reo61EaKIlBWi88s/s1600/Todo-seu-odio.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><span style="color: #a64d79;"><br />
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>Hellen sentou na cadeira próxima a janela e começou a folhear um livro que sequer conferira o titulo, sabia que não o leria, talvez nunca mais o fizesse. Ler agora não fazia mais sentido sem sua irmã por perto. Com quem discutiria sobre o quão bom era, ou sobre as falhas deixadas pelo autor? Rosana a deixara sem se importar em como ela ficaria sem sua companhia. A deixara entregue aos leões, com uma dúzia de sentimentos negativos inundando seu ser e não a perdoaria nunca por isso. Agora só sentia ódio e uma vontade louca de ver a dor estampada no rosto dos outros, era injusto que só ela sofresse enquanto o mundo ria indiferente ao seu sofrimento.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 12pt;"><b>E o que mais doía, eram as lembranças. Uma música cantada em dueto arrancando risos por causa do inglês imperfeito ou da voz desafinada, uma cena duramente criticada e analisada, os passeios por ruas desconhecidas com a desculpa de um compromisso urgente só para fugir de casa por alguns minutos, os sonhos impossíveis sussurrados durante a madrugada...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><b><span style="font-family: inherit;">Acima de tudo a certeza de nunca estar sozinha apesar de tudo. Viveriam para sempre juntas, mas Rosana se fora e agora teria de seguir em frente. Sempre em frente...</span></b><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-90558228252823589002011-12-29T17:37:00.001-02:002013-02-24T22:25:10.575-03:00Mundo de Tinta<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-DGs7nS48EPc/TvzBSahKWQI/AAAAAAAAAPw/PeHD53eCffk/s1600/08041503_blog_uncovering_org_livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-DGs7nS48EPc/TvzBSahKWQI/AAAAAAAAAPw/PeHD53eCffk/s320/08041503_blog_uncovering_org_livros.jpg" height="227" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #a64d79;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">A primeira vista o desconhecido</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Tudo tão novo e sem sentido...</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Como um cavaleiro errante</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Vagando sem destino</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Colecionando lembranças.</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Mas o mundo lhe sorri</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Tudo soa convidativo</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Não precisa mais fugir,</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Faz desse pedaço sua casa</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">E se por um instante</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Ou por tantos outros</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">A emoção lhe invade</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Não tema, faz parte.</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Afinal quem disse que era fácil?</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Esse não era o primeiro</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Certamente não será o último</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Colhe então os frutos doces</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Sem temer a flor amarga.</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">E no fim dessa longa marcha</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Quando tudo ficar gravado na memória,</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">E a saudade no coração fizer morada.</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">Abre de novo aquele mundo</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: inherit;">E viva outra vez essa jornada.</span></b></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-35807627663976207652011-12-08T23:11:00.002-02:002013-02-24T22:25:29.167-03:00Domingo de chuva<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmsNzPrmtjdcVbu_TYCqeWGzfPOm_7K7FmwGotQV6yNB52-y8O19xHOcpjhaIjlFhrj1-apXve013VXOr-JHZvc0y1jZqBE0Lxi8KIKxisycJBKYLhEaJLMSml_y6Ny_w1CGQT1az5KEk/s1600/cachorro+na+chuva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmsNzPrmtjdcVbu_TYCqeWGzfPOm_7K7FmwGotQV6yNB52-y8O19xHOcpjhaIjlFhrj1-apXve013VXOr-JHZvc0y1jZqBE0Lxi8KIKxisycJBKYLhEaJLMSml_y6Ny_w1CGQT1az5KEk/s320/cachorro+na+chuva.jpg" height="320" width="270" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: inherit;">Domingo</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: inherit;">18 de setembro de 2011</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b><span style="font-family: inherit;">13 h e 37 m</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Hoje pela manhã fui à feira com minha sobrinha desprevenida e no meio do caminho caiu uma chuvarada, então corremos para nos proteger debaixo de um toldo de uma loja. Enquanto contávamos os minutos impacientes para a chuva diminuir, surgiu uma cadela vira-lata com a pata traseira esquerda quebrada, provavelmente por atropelamento ou talvez por espancamento/ vandalismo, procurando abrigo.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Ela tinha uma aparência deprimente, o pêlo molhado era maltratado, andava com dificuldade e o pior de tudo, tinha um olhar revelador.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Ao encará-la, pude ver muita dor, indecisão, medo e acima de tudo desconfiança. Senti muita vergonha por estar ali embaixo do toldo enxuta e segura enquanto ela estava só e em busca de abrigo, chamei-a para ficar conosco e ao invés de atraí-la, a afastei. Ela se foi com muita dificuldade e pingando com o excesso de água acumulada nos pêlos. Meu remorso só aumentou ao vê-la partir, se não estivéssemos ali, ela iria estar protegida, senti também indignação por ela não ter confiado em mim e pressentido que eu só queria ajudá-la. Pouco depois ela voltou envergonhada por sua condição, desejei que ela me ignorasse e viesse para junto, ela pareceu hesitante, depois veio em nossa direção, parou e me encarou, fingi que não a via para que ela achasse que estava chegando sorrateira e sem ser percebida, então minha sobrinha gritou e se agarrou em meu braço com medo, quase colocou tudo a perder, mas ela não fugiu como temi, apenas me encarou culpada como quem pedia desculpas pelo transtorno e chegou mais perto. Pedi a minha sobrinha que ficasse quieta para não amedrontá-la e ficamos esperando. Ela se aproximou mais um pouco meio desconfortável e se sentou ao nosso lado, olhava de soslaio e virava pro outro lado carregando a culpa por todas as desgraças do mundo em seu olhar, dois segundos depois levantou e partiu sem que eu pudesse retê-la. Dessa vez não voltou, ficou poucos metros depois encarando-nos com pesar, eu havia roubado seu lugar e isso me corroeu por dentro, então mesmo com toda a chuva que caia, partimos para outro abrigo e fiquei olhando-a desejando que ela tivesse confiado mais em mim. Ela se foi e eu a perdi de vista, decidi ir embora também sem me importar de ainda estar chovendo, mas a chuva não apagou sua imagem de minha cabeça, ainda agora ela está aqui vívida. Seu olhar me disse tantas coisas, inclusive que sua vida foi uma tortura, já não havia mais confiança em seres de duas pernas. Como confiar em seres que não merecem a confiança de seus próprios semelhantes?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Agora me envergonho por saber que se culpam quando nós é que devemos nos culpar por tudo de ruim que causamos voluntária ou involuntariamente.</span></b></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3895569367675139737.post-28220598456326346392011-11-24T11:57:00.001-02:002013-02-24T22:25:50.574-03:00Uma página de diário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq9e7a8Lb8Ej8nU7LyTMRthUNPwGE_IA1Z1RdUbK-rKEJ0KUq4TkvKW7x1cByrcfO4g0int9aBilLS4ezP69WFYaHC1zVsumP9bHagJ9zfZgxdDjyMJBiOq1mZiUPX2XfvENUYvffNYo0/s1600/780643.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq9e7a8Lb8Ej8nU7LyTMRthUNPwGE_IA1Z1RdUbK-rKEJ0KUq4TkvKW7x1cByrcfO4g0int9aBilLS4ezP69WFYaHC1zVsumP9bHagJ9zfZgxdDjyMJBiOq1mZiUPX2XfvENUYvffNYo0/s320/780643.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #a64d79;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Estou afastada daqui já faz um tempo, então decidi me forçar a romper esse silêncio e acabar com esse ócio literário postando uma coisa que é muito minha, mas que agora vai ser dividida com quem se interessar e quiser “perder tempo” lendo. Vou postar hoje uma folha antiga do meu diário, são coisas bobas que eu escrevia para matar o tempo e também para que não fossem esquecidas. Escolhi uma bem pessoal. Espero que ninguém se sinta ofendido.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: inherit;">26 de maio de 2006</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b><span style="font-family: inherit;">15:28 hrs</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Hoje pela manhã ouvi uma “brincadeira” que me ofendeu, na verdade, essas coisas sempre me ofendem. E me perseguem desde que eu me entendo por gente, aonde quer que eu vá, elas não mudam e a mais comum de todas é: “hei menina, você não conhece praia?” Então irritada solto uma exclamação de protesto qualquer e fico magoada. Sei que é bobo se ofender por tão pouco, mas é que já aconteceu tantas vezes que já me encheu.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Quando eu era bem pequena, tinha uns quatro, cinco anos, ouvia as pessoas se admirarem por eu ser tão transparente, a ponto de ficar azul quando sentia frio. Minha pele ficava pálida deixando visíveis veias roxas nas mãos e nos pés, as unhas e os lábios também ficavam roxos (se bem que ainda fico assim hoje) e isso me rendeu inúmeros apelidos que me levavam a fúria. Posso até enumerar alguns aqui: “lagartixa branca”, “velinha (diminutivo de vela)”, “morta (por causa da translucidez quando sentia frio)”, “leite”, “lagarta de coco ou bicho de coco (o que tanto faz, dá tudo na mesma)” e “fantasminha”.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Tudo isso me fazia me sentir uma estranha, um ser totalmente anormal, e até achava que era a única no mundo a ser assim. Hoje sei que não sou, graças a Deus, mas naquela época eu era pequena demais para entender isso, e sabe não é? O que a gente aprende em criança, leva para a vida toda, e o que eu trouxe comigo foi essa mágoa.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Nessa mesma época da coleção de apelidos, minha tia adotou uma bebê linda de pele negra, face redonda e olhos vivazes, e eu passei a admirá-la enquanto dormia no berço, sonhando em como seria se minha pele fosse igual a dela, cheia de viço e brilhante. Lembro que passava meio mundo de coisas na minha cabecinha, mas o que ficou foi esse desejo de ter a pele daquela cor e não mais ser motivo de chacotas.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Minha prima cresceu, assim como eu, e veio nos visitar nas férias, então enquanto conversávamos, surgiu entre a gente esse assunto e ela me revelou que sofre preconceito por causa de sua cor, que queria ser igual à mãe e as irmãs e que odiava quando lhe davam apelidos ainda mais pejorativos que os meus. Eu a compreendi tão bem!</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">Infelizmente o que as pessoas mais sabem fazer é serem cruéis com os próximos, e hoje sei que esse é um assunto delicado demais e requer muita compreensão da nossa parte, pois, se quisermos viver em harmonia, temos que aprender a ceder, isso não quer dizer que devemos alimentar e aceitar o preconceito e sim que não dá pra partir pra porrada toda vez só pra mostrar que eles estão sendo infames. </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;">PS:. Pelo menos uma coisa boa temos hoje: conseguimos acabar com os apelidos. É, eu tenho um nome!</span></b></div>
Yane Fariahttp://www.blogger.com/profile/18388462021400399223noreply@blogger.com10