domingo, 15 de maio de 2011

Resenha Quase Inocentes

Quando o assunto é criança, o que nos vem imediatamente à cabeça é a doçura, ingenuidade, pureza e muitas coisas agradáveis. Mas ao lermos Extraneus vol. 2 - Quase Inocentes, nos convencemos que nem sempre essas características condizem com a realidade.
De início nos deparamos com uma adorável garotinha e seu inseparável ursinho de pelúcia a quem carinhosamente batizou de Dentinho. Aliás, “Dentinho” é o titulo do primeiro desses 15 surpreendentes contos que preenchem magistralmente essa deliciosa antologia de contos de terror.
Depois de “Dentinho” de Georgette Silen enveredamos pelo mundo soturno de Giulia Moon com uma espertíssima “Criança Noturna”.
Definitivamente essa garotinha me fez lembrar uma outra também fascinante vampirinha, Claudia do  livro Entrevista com o Vampiro. Mas, claro, Claudia era loura como um anjo de olhos vítreos ao contrário dessa japonesinha de olhos puxados que faria qualquer um querer levá-la para casa.
M. D. Amado nos trás “Corações Negros”, um conto instigante, protagonizado por uma enfermeira carinhosa que trabalha em uma maternidade, e suas três adoráveis crianças, possíveis herdeiras de seu fatídico legado.
“Vestido Cor-de-Rosa”, de Camila Fernandes, me lembrou Clarisse Lispector com seu tom realista. Infelizmente histórias como a da menina Joelma acontecem todos os dias no mundo, mas nem todas elas possuem a coragem que essa menina tem no final.
“A Revelação Kyngá”, de André Bozeto jr. Nos remete ao mundo lupino e nos faz refletir. Afinal o que um pai e uma mãe não são capazes de fazer pelo amor a um filho?
“Guardian Angel”, de Luciana Fátima, nos trás uma mistura de sentimentos contraditórios. Sentimentos que ora nos fazem querer mudar o destino desse anjinho, outra nos fazem aceitar o destino dele.
“O Presente de Berenice”, de Adriano Siqueira trata-se de um conto consideravelmente curto e de fácil leitura. Narra uma aventura agradável, com um final não só surpreendente, mas também divertido.
“Loucos, Ocos, Passos de Sopros” de Lucas Rezc, nos trás um misto de tudo; aventuras, piratas, suspense, misticismo e magia dando um toque especial a esse conto de terror.
“O Grande Estopim para a Vida Criminosa de Alice Carmesim” de Luíza Viana.
O titulo nos faz lembrar os romances policiais de Agatha Christie. E o conto não deixa por menos, é convincente e envolvente.
“Brincadeira de Criança” de Juliano Sasseron nos mostra a difícil e às vezes até traumática passagem da infância para adolescência. Essa complicada fase onde sentimentos contraditórios digladiam-se por um espaço dentro da gente. Onde não se é mais criança, mas também ainda não se é adulto.
“Os Servos de Thoth” de Ana Lúcia Merege nos faz viajar para um mundo fascinante, onde existem reis déspotas, sacrifícios e oferendas, injustiças e desigualdades. Onde um pequeno escravo mostra sua coragem e fé no seu Deus, mostrando-se capaz de um grandioso feito para cumprir sua missão. Este conto que se passa no Egito Antigo, reúne ingredientes suficientes para nos proporcionar uma agradável e fascinante leitura.
“O Poço das Harpias” por Celly Monteiro.
Um conto surpreendente, quase palpável, minuciosamente relatado nos fazendo perceber que para a personagem, apesar do tempo transcorrido, tudo ainda a machuca como se tivesse sido ontem.
Amor, traição, compaixão, ódio e vingança se juntam perfeitamente nesse horripilante conto de terror deixando um gostinho de prazer no final.
“Reversões” de André Carreiro Fumega traz as aventuras nada saudáveis de três diabinhos que tem como passatempo praticar vis crueldades.
Quem nunca conheceu uma criança perversa que sente prazer em torturar animais indefesos?
Eu conheci várias. Aliás, acho que fui vizinha do Léo, do Rafa e do Edu quando era pequena.
“Duas Crianças e Duas Chaves” de Felipe Pierantoni narra como o ódio e a rivalidade entre duas localidades pode influenciar gerações após gerações. Mostra também como a guerra não trás nada de benéfico, principalmente para as crianças.
Finalmente o 15º conto. “Caindo no Despertar” de Suzy M. Hekamiah que vem fechar de forma brilhante essa antologia.
Um conto envolvente que consegue nos prender até seu desfecho final.
Oliver que no início se mostra confuso, perdido, como uma peça que não se encaixa no quebra cabeça, vai sutilmente mostrando a que veio, tomando finalmente o lugar que lhe é de direito no mundo.
Bom, termino por aqui minha resenha da mesma forma que acabei de ler o livro, com um desejo enorme de ter muito mais. Nem acreditei quando cheguei ao fim. Definitivamente virei fã desses 15 autores sensacionais. Parabéns a todos! O tema é ótimo e a idéia merece ser repetida. Esse eu recomendo!

2 comentários:

  1. oi.
    que bom que gostou do meu blog e vou ficar super feliz se me linkar aqui.
    volte sempre
    beijos

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  2. Gostei da resenha, aumentou ainda mais minha curiosidade para ler o livro.

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