... Elisa estava distraída olhando as
estrelas no terreiro e sentindo o vento fresco balançar sua roupa quando Eliana
chegou de mansinho olhando em volta atenta a todos os ruídos. Morria de medo da
noite e das assombrações que o escuro guardava, mas se a irmã estava lá, estava
segura. Elisa parecia não ter medo de nada, passava muita segurança em tudo,
mas o que Eliana não sabia era que a irmã também sentia medo de muitas coisas.
Só que seus medos eram outros.
Elisa olhou a porteira fechada e mais
além a estrada deserta sonhando com o rumo que ela ia lhe dar na vida quando a
percorresse. Eliana desconfiou que a irmã estivesse vendo alguma coisa
sobrenatural e para não sucumbir ao impulso de sair correndo resolveu perguntar
com voz trêmula de medo.
- Você está vendo alguma coisa Elisa,
vem alguém lá?
- Não Liana, só estava olhando.
- Você quer sair hoje e papai não deixou?
- Não é isso. Você não entenderia...
- Você não gosta daqui né?
- Claro que eu gosto... Eu só queria
conhecer qualquer lugar que não tivesse gado e capim para todo lado.
- Isso eu também queria, vamos pedir a
mamãe para nos levar para a cidade amanhã?
Elisa riu da irmã que tinha uma maneira
bem particular de entender as coisas, no fundo ela era tão conformada com
aquela vida quanto todos os outros.
- É uma boa ideia! Quem sabe você não
encontra inspiração para um conto? Eu adoraria ler um conto novo seu.
- Verdade, vou logo falar com ela.
Entrou em casa correndo e sumiu de
vista, ela estava só outra vez ouvindo o cricrilar dos grilos e o canto da
cigarra. Lembravam Eliana zunindo em seu ouvido com mil novidades o dia todo,
se não fosse pelo amor que sentia por ela e pelos pais já teria partido sem
olhar para trás...
É muito bom lê-la!!
ResponderExcluirObrigada, fico feliz!
ExcluirAdoro lê-la também, estou sempre vendo seus textos e mesmo sem tempo de comentá-los, faço questão de lê-los.